Novo Museu dos Coches já tem quatro viaturas e as peças das reservas

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A conferência de imprensa aconteceu no novo Museu dos Coches Daniel Rocha

As peças das reservas e quatro viaturas da exposição permanente do Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, já foram transferidas para as instalações do novo museu, que deverá abrir em 2015.

Silvana Bessone, directora do Museu dos Coches, localizado na Praça Afonso de Albuquerque, em Belém, confirmou à agência Lusa que no final do ano passado foram transferidas para o novo museu, situado a cerca de 200 metros, todas as peças que se encontravam nas reservas.

“O novo museu recebeu estas peças das reservas e também quatro viaturas antigas que se encontravam na exposição permanente. Vão receber ali tratamento de conservação”, revelou a directora do museu. Silvana Bessone disse que o novo museu já tem as oficinas de manutenção e conservação a funcionar.

As reservas do museu, explicou, incluem fardamentos, selas e arreios e encontram-se agora numa área do novo edifício “com mais espaço e em muito boas condições”. As viaturas transferidas, adiantou, são três berlindas do século XVIII e uma carruagem do século XIX, que deverão ser alvo de tratamento nas oficinas e futuramente expostas, quando o museu abrir.

Questionada sobre outras alterações introduzidas na colecção permanente do actual Museu dos Coches - que celebra 110 anos em 2015 - Silvana Bessone afirmou que, “com excepção das viaturas" transferidas, a colecção irá manter-se. “Oficialmente está prevista a abertura do novo museu em 2015. Até lá, ainda terão de ser lançados os concursos públicos para o projecto museográfico, sinalética, conteúdos multimédia e passagem pedonal”, recordou.

A directora sublinhou que a construção da passagem pedonal “será fundamental para o acesso ao museu pelos visitantes” que chegam pela linha ferroviária situada entre a Avenida da Índia e a Avenida de Brasília. Da mesma forma, a passagem será usada para ligar a zona de estacionamento situada do lado de lá da via férrea, junto à Avenida de Brasília, onde deverão estacionar os autocarros de transporte de turistas.

O novo Museu Nacional dos Coches é composto por dois edifícios, um expositivo e outro anexo, com quatro pisos, com a recepção, as bilheteiras, a loja, o restaurante/bar, a cafetaria, duas salas de exposição permanente, a sala de exposições temporárias, o auditório, o serviço educativo, os gabinetes da direcção, os serviços administrativos, o laboratório, as oficinas e as zonas técnicas.

Ocupando 15.177 metros quadrados nos terrenos das antigas Oficinas Gerais do Exército, o projecto foi concebido em consórcio pelos ateliers MMBB Arquitetos (Brasil), Bak Gordon Arquitectos e Nuno Sampaio Arquitectos (Portugal).

Criado por iniciativa da rainha D. Amélia, mulher do rei D. Carlos I, em 1905, o museu, actualmente instalado no antigo Picadeiro Real do Palácio de Belém, reúne uma colecção única no mundo de viaturas de gala e de passeio do século XVII ao século XIX, na sua maioria provenientes dos bens da coroa ou propriedade particular da Casa Real portuguesa.

Em Outubro do ano passado, no Parlamento, o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier disse aos deputados que, mesmo fechado, o novo museu iria custar ao Estado entre 200 mil e 300 mil euros em 2013. Disse ainda que, depois de aberto, os custos anuais iriam subir para três milhões de euros e que o actual museu custa um milhão, gerando receitas de 500.000 euros.

Adjudicado durante o Governo de José Sócrates e finalizado em 2012, o projecto de construção do novo Museu dos Coches destinou-se à execução das contrapartidas do Casino Lisboa, envolvendo um investimento total de 35 milhões de euros.

 
 

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