Jerónimo de Sousa: “Não há nenhum fetiche em relação a 2016”
Jerónimo de Sousa esvazia qualquer expectativa em relação à possibilidade de vir ou não a ser substituído como líder no XX Congresso previsto para 2016. “A questão não se põe, porque o secretário-geral do PCP não é um órgão eleito pelo congresso, mas pelo comité central (CC) e o CC não necessita de congresso para o substituir”, afirma. “Não há por isso nenhum fetiche em relação ao congresso de 2016.”
“Esse rejuvenescimento, essa renovação é das matérias onde nunca se sabe onde acaba a audácia e começa o risco”, diz com algum desassombro sobre o passo que foi sendo dado. E explica: “No plano do partido, na sua direcção e em várias frentes, também no grupo parlamentar, sentimos necessidade de rejuvenescimento. Não porque existisse uma clivagem geracional, mas tendo em conta as leis da vida.”
Já sobre a forma como estas mudanças foram assumidas esclarece: “Fomos renovando e simultaneamente caldeando os dirigentes mais novos com dirigentes mais temperados.”
Jerónimo de Sousa explica que a regra de ouro da maioria de operários e empregados que rege a direcção comunista não é aplicada na bancada: “Aqui na Assembleia não funcionamos com a regra de ouro da maioria operária, mas na composição das listas procuramos ir para além das características próprias; é importante a sua identificação com o partido que somos no plano político e ideológico e no plano ético.”
E frisa que os novos deputados do PCP mantêm a regra interna de receberem apenas de acordo com a sua profissão, sendo o restante vencimento de deputado para subvencionar o partido. “Há também a aceitação do compromisso de honra de não ser beneficiado nem prejudicado”, sustenta. E conclui sobre os novos deputados: “São jovens que, com base nestes princípios, têm encontrado no grupo parlamentar a forma de militância e de elevação da própria consciência política e ideológica.”