Anelka festejou golo com gesto de humorista francês considerado anti-semita

Francês pode ser castigado. Jogador dedicou gesto ao comediante Dieudonné, acusado de insultar a memória do Holocausto.

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O gesto polémico de Anelka Ian Kingson/AFP

Nicolas Anelka volta a estar no centro da polémica. Desta vez, o futebolista francês festejou um golo pelo West Bromwich, com um gesto considerado anti-semita, o que lhe valeu imediatas críticas da ministra francesa do Desporto e o deixa sob investigação da Federação Inglesa de Futebol.

Tudo aconteceu no sábado, durante o empate entre o West Ham e o West Bromwich (3-3). Aos 40 minutos, Anelka marcou o segundo golo do West Brom e, de imediato, cruzou o braço esquerdo, agarrando o braço direito – é um gesto conhecido como quenelle e considerado como anti-semita em alguns meios e anti-sistema noutros.

“Este gesto é uma dedicatória especial ao meu amigo comediante Dieudonné”, explicou Anelka no Twitter. Dieudonné tem-se destacado por fazer as suas personagens vítimas de uma trama urdida por "Jerusalém", por "Israel", "lá de cima", apontando para o céu, que têm gerado intensos protestos - e mesmo processos - da comunidade judaica francesa, que considera que as suas actuações anti-semitas.

O "caso Dieudonné" está a assumir tais proporções que o ministro francês do Interior, Manuel Valls, expressado no sábado intenção de proibir os seus espectáculos ao vive. O humorista, que tem sido acusado de insultar a memória do Holocausto, insiste que o gesto quenelle é anti-sistema e não anti-semita.

Mas o uso do gesto de Dieudonné por Anelka foi imediatamente criticado pela ministra francesa do Desporto, Valérie Fourneyron. “O gesto de Anelka é uma provocação chocante e nojenta. Não há espaço para o anti-semitismo e o incitamente ao ódio nos campos de futebol”, escreveu no Twitter.

Segundo o jornal Guardian, a Federação Inglesa vai averiguar o caso, que já foi também criticado pelo presidente do Congresso Judaico Europeu. “É doentio que um futebolista tão conhecido faça um gesto tão abusivo e odioso em frente a milhares de espectadores”, disse Moshe Kantor, citado pelo jornal britânico. “Esta saudação é apenas um gesto nazi menos conhecido”, acrescentou o presidente Congresso Judaico Europeu, que espera uma punição exemplar para Anelka.

 

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