Oposição acusa Passos de “mentir” na mensagem de Natal

O cenário de recuperação económica traçado na Mensagem de Natal pelo primeiro-ministro foi fortemente contestado pelos três partidos da oposição.

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Pedro Passos Coelho anunciou novas regras para reforma Daniel Rocha

PS, PCP e BE reagiram à comunicação de Pedro Passos Coelho, classificando as afirmações do chefe do Executivo como uma “mentira”.

"É mentira", assegurou esta quinta-feira o dirigente do PS, António Galamba. "O desemprego jovem não está a diminuir, está a aumentar. Ainda os dados que saíram na sexta-feira indicam que houve um aumento de 2,2% do desemprego jovem e que os desempregados com menos de 25 anos são, neste momento, 13% dos desempregados em Portugal", disse o secretário nacional do PS.<_o3a_p>

O PCP, por seu turno, classificou a mensagem como “hipócrita” e “cínica”. “Trata-se de um primeiro-ministro e de um Governo que tencionam continuar a mentir e a enganar os portugueses, acenando com tempos melhores que virão, mas adaptando efectivamente medidas que pioram cada vez mais a vida dos trabalhadores, dos jovens, dos reformados, de todos aqueles que fazem parte de uma imensa maioria que sofre, para, no fundo, garantir os lucros fabulosos da banca, da especulação e dos grandes grupos económicos nacionais e estrangeiros”, declarou o comunista Pedro Guerreiro <_o3a_p>

Da mesma forma, a eurodeputada do BE, Marisa Matias contestou os números apresentados por Passos Coelho, nomeadamente, em relação à criação de emprego. “O que Passos Coelho e o Governo estão a fazer é a reduzir os empregados em Portugal, não é a aumentar o número de postos de trabalho, ao contrário do que refere” afiançou a bloquista.<_o3a_p>

Para falar de “uma diminuição do desemprego”, Passos Coelho tinha de omitir a contabilização dos “milhares de portugueses que tiveram de abandonar o país”, acrescentou a eurodeputada: “É bom lembrar que nos últimos 25 anos nós temos a menor taxa de emprego” em Portugal.<_o3a_p>

Era a prova, segundo Marisa Matias, de que o primeiro-ministro “não fala para o país que conhecemos”, mas antes para “os mercados” e para “quem manda no Governo”. Também Galamba acusou Passos Coelho de estar desfasado da realidade. "Nesta espécie de conto de Natal, sem ligação à realidade do dia-a-dia dos portugueses e sem qualquer consequência positiva para as suas vidas, as lágrimas de crocodilo do primeiro-ministro não resolvem nada", disse o socialista.<_o3a_p>

Na mensagem de Natal que dirigiu ao país no dia 25, Pedro Passos Coelho definiu como principal desafio para 2014, encerrar o programa de assistência “sem sobressaltos”, prometendo o recurso a “todos os instrumentos” para o atingir. E ao fazer o balanço do ano de 2013, o primeiro-ministro sublinhou que a economia "começou a dar a volta", antecipando que "os melhores anos ainda estão para vir".<_o3a_p>

Apesar de um ano "muito exigente" e "difícil", o líder da coligação governamental PSD/CDS-PP garantiu que Portugal começou "a vergar a dívida externa e pública" que têm "assombrado" a "vida colectiva" e que "a economia começou a crescer e acima do ritmo da Europa.<_o3a_p>

Passos Coelho advertiu que os "sinais positivos ainda não são suficientes, contudo", para poder dizer que o país já ultrapassou a "crise", pois "ainda restam algumas incertezas e obstáculos".<_o3a_p> com Lusa
 
 
 

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