PSD acredita que emigração pode diminuir, PS e PCP não estão optimistas

PCP diz que os números do secretário de Estado das Comunidades estão muito longe da realidade. PS acusa Governo de atitude passiva.

José Cesário, secretário de Estado das Comunidades Portugueses, estimou este domingo que entre 100 e 120 mil portugueses saíram do país este ano, uma emigração "bastante alta", mas que considera que se manteve estável em relação a 2012 devido à falta de emprego em outros países.

Carlos Gonçalves, deputado do PSD eleito pelo círculo da Europa, disse ontem que a melhoria da actividade económica pode contribuir para diminuir a emigração. “O país, a partir do momento em que começa a crescer, a partir do momento em que o desemprego estabiliza ou começa a baixar, tem mais condições, mas aquilo que também é fundamental é o ambiente que se cria na sociedade”, disse.

O deputado do PSD disse estar convicto de que, “neste momento, as pessoas começam a acreditar que o país pode ter resultados e portanto as perspectivas de futuro são mais positivas”, o que pode contribuir para para que os portugueses fiquem no país. Carlos Gonçalves sublinhou, no entanto, que o número de cidadãos a sair de Portugal tem superado a centena de milhar desde 2008/2009, mas que a emigração é feita geralmente para países que nesta altura também enfrentam dificuldades económicas e têm uma reduzida oferta de emprego.

“A grande diferença é que, neste momento, os países que normalmente acolhem as comunidades portuguesas, muito particularmente a França, têm problemas de emprego, têm pouca oferta de trabalho e portanto os portugueses que emigram encontram hoje mais dificuldades do que encontravam há alguns anos para encontrar emprego”, disse.

Do lado da oposição, PS e PCP criticam o excessivo optimismo do Governo. “Fica-se com a impressão que o Governo continua a aceitar de forma passiva um aumento da emigração tão elevado como aquele que nós tivemos durante o ano de 2013”, disse o deputado do PS eleito pela Europa, Paulo Pisco. O socialista não embarca no “optimismo moderado” do Governo, considerando que as medidas recessivas que estão incluídas no Orçamento e a diminuição dos salários “vão continuar a provocar uma emigração muito elevada”.

O PCP não acredita nas estatísticas do secretário de Estado e Rui Fernandes, membro da comissão política dos comunistas, acredita que o número não só é maior, como deverá aumentar nos próximos anos devido às políticas do Governo.

“A emigração, de facto, mantém-se em níveis elevadíssimos e nem todos os portugueses que saem para países da Europa são do conhecimento oficial, têm registo oficial. Muitos andam em países da Europa em biscates, em situações que não há forma de contabilizar”, disse Rui Fernandes.

O encontro anual do Conselho da Diáspora Portuguesa decorre esta segunda-feira, em Cascais, e estarão presentes o Presidente da República, o primeiro-ministro, o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e o líder do PS, António José Seguro.

 

 
 
 
 

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