Nunca fui pressionada, diz ex-adjunta de Relvas

Susana Viseu, a adjunta de Miguel Relvas licenciada em Engenharia do Ambiente que fez parte do júri que escolheu a proposta da NTM, garante que nunca foi alvo de qualquer pressão para que essa fosse a empresa escolhida.

“Dou-lhe a minha palavra de honra de que não houve qualquer interferência política na decisão. Eu nem sabia quem era Agostinho Branquinho, nem que a empresa era dele.”

A actual administradora da Fomentinvest assegura também que nunca falou com Relvas sobre os trabalhos do júri. “Nunca houve nenhuma conversa entre mim e o senhor secretário de Estado sobre as propostas, ou sobre Agostinho Branquinho.”

Susana Viseu garante igualmente que “não houve qualquer colaboração externa na preparação do concurso, ou no trabalho do júri”, e que não se lembra de Branquinho “ter estado na secretaria de Estado na fase de preparação do concurso”. Depois de deixar o Governo em 2004, a então adjunta regressou ao seu lugar de directora da SGS, uma multinacional da área da inspecção e certificação de produtos e serviços da qual Miguel Relvas se tornou consultor no ano seguinte.

A engenheira adianta que a escolha da NTM pelo júri “foi sobretudo uma questão de gosto, relativamente ao logótipo proposto para a campanha” — um mapa de Portugal com os municípios delimitados. “Achámos que tinha uma imagem mais apelativa e que era a melhor.”

Susana Viseu afirma desconhecer que Branquinho tinha deixado a empresa e se tinha desligado da execução do contrato logo após o início da campanha. “Nem sabia que ele tinha vendido” a sociedade, salienta.

A então colaboradora de Miguel Relvas confirma, contudo, que o caderno de encargos exigia a permanência do coordenador da equipa da empresa vencedora até ao fim do contrato, acrescentando que — ao contrário do que Agostinho Branquinho afirma — “ele participou em várias reuniões na secretaria de Estado após o início da campanha”.

O PÚBLICO tentou falar com Miguel Relvas sobre a adjudicação do concurso à NTM, mas este remeteu qualquer esclarecimento para os então “dirigentes” das CCDR “que tomaram as decisões”.

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