Violenta tempestade paralisa Norte da Europa

Serviços de emergência estão no alerta máximo no Reino Unido, Escandinávia, Bélgica, Holanda e Alemanha. Risco de cheias levou à evacuação de dezenas de localidades.

Protecção civil transporta residentes de uma localidade inundada no País de Gales
Fotogaleria
Protecção civil transporta residentes de uma localidade inundada no País de Gales REUTERS/Phil Noble
Fotogaleria
Uma pessoa tira fotografias em Hamburgo Morris Mac Matzen/Reuters
Fotogaleria
Um elemento dos serviços de emergência olha para o interior de uma casa, no País de Gales Phil Noble/Reuters
Fotogaleria
Residentes a prepararem-se para a tempestade, em Inglaterra Darren Staples/Reuters
Fotogaleria
As ondas no País de Gales Phil Noble/Reuters
Fotogaleria
Um mercado em Berlim AFP

Uma violenta tempestade que está a afectar vários países do Norte da Europa já fez quatro vítimas mortais.

Com ventos superiores a 200 quilómetros por hora e ondas que ultrapassam seis metros de altura, a tempestade baptizada Xaver forçou o encerramento de estradas e pontes, à interrupção do serviço marítimo e ferroviário e ao cancelamento de centenas de voos no Reino Unido, Suécia, Dinamarca, Alemanha, Bélgica e Holanda.

A produção petrolífera no mar do Norte está paralisada e várias plataformas foram encerradas e o pessoal transferido para segurança em terra. Todos os serviços de ferries da Escandinávia para a Alemanha foram cancelados.

De acordo com os serviços meteorológicos germânicos, além de sofrer os efeitos da tempestade – que está a ser comparada à tempestade de 1953 que fez mais de 2000 mortos nas ilhas britânicas e provocou sérios prejuízos nos Países Baixos – o Norte da Europa estava ainda a ser afectado por uma frente de ar frio proveniente da região polar da Gronelândia, que deveria trazer neve para as regiões planas ao nível do mar.

Dois marinheiros que caíram ao mar de uma embarcação a 22 quilómetros da costa Sul da Suécia estão desaparecidos e presumidos mortos. A gigantesca ponte Oresund, que liga a capital dinamarquesa de Copenhaga à cidade de Malmö, na Suécia, foi fechada à circulação.

O condutor de um veículo pesado morreu na Escócia, depois de o seu camião se ter virado e despistado, atirado por uma rajada de vento contra uma fila de automóveis imobilizados numa estrada próximo da capital Edimburgo. Em Nottinghamshire, região central de Inglaterra, um indivíduo morreu ao ser atingido por uma árvore.

A circulação em várias linhas de caminho-de-ferro britânicas foi interrompida ou suspensa por causa de árvores caídas. As companhias ferroviárias da Dinamarca, Alemanha e Holanda também paralisaram a actividade.

A ameaça de cheias levou à evacuação de várias localidades ao longo da costa leste e sul de Inglaterra (no total, foram emitidos alertas de “perigo severo” de inundação em 41 localidades de Inglaterra e País de Gales e 19 na Escócia). O leito de alguns rios, como por exemplo o Tyne e o Ouseburne, que banham a cidade de Newcastle, já tinha galgado as margens. As barreiras construídas no rio Tamisa foram accionadas para proteger a cidade de Londres.

A tempestade cortou o abastecimento eléctrico em vários pontos do Reino Unido. Segundo a Reuters, mais de 100 mil clientes domésticos permaneciam às escuras na Escócia, Irlanda do Norte e partes de Inglaterra.

Na Alemanha, a cidade de Hamburgo antecipava um severo impacto da tempestade. As escolas foram fechadas e todos os mercados de Natal encerrados; o aeroporto cancelou todos os voos e o porto suspendeu as operações.

As operações também foram temporariamente suspensas no aeroporto de Amesterdão onde cerca de uma centena de voos ficaram em terra.

Várias unidades industriais interromperam a laboração e a população foi aconselhada a evitar viagens que não fossem essenciais ou urgentes.

“O maior perigo desta tempestade é que o seu impacto vai sentir-se durante horas e horas, o que aumenta exponencialmente o risco de inundações”, assinalou um dos especialistas do serviço meteorológico da Alemanha, Andreas Friedrich. Outros riscos assinalados têm a ver com a queda de árvores e postes, e de desabamentos de estruturas como por exemplo telhados.
 

Sugerir correcção
Comentar