A sombra silenciosa de uma carnificina

Com as guerras do costume da agenda, e sem lhes tirar a gravidade que ostentam, o mundo tem passado ao lado da verdadeira carnificina que tem por palco a República Centro-Africana, antiga colónia francesa de 4,6 milhões de habitantes imersa num vendaval de sangue e terror. Podemos chamar-lhe guerra, mas é mais do que isso: as lutas armadas entre bandos rivais, uns dizendo-se muçulmanos e outros cristãos, têm espalhado a dor e o medo por entre a população civil. Relatam-se decapitações de crianças, jovens atirados aos crocodilos, mulheres metralhadas sem piedade, populações enclausuradas em igrejas, enquanto cá fora a carnificina prossegue sem regras nem freio. É certo que o terror já vem de antes, que já houve Bokassa e o seu canibalismo e que golpes e contragolpes tê colocado o poder nas mãos de inomináveis bandidos. A ONU prepara-se para enviar capacetes azuis, mas quando o fizer já será tarde para milhares de seres humanos. 
 
 
 
 

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