Eu só queria ligar a luz

O que acontece é que esta semana tratei de ligar a luz numa residência da qual sou proprietário e o que aconteceu foi aquilo que me aconteceu há uns anos: fui automaticamente bombardeado por telefonemas e sms de operadoras de TV Cabo a perguntar se me queria fidelizar em serviços nossos conhecidos e que nos entram em casa diariamente através de anúncios ou na rua através de cartazes.

É realmente espantoso a rapidez e o timing com que estas companhias nos telefonam a vender os seus produtos; exatamente 5 minutos após ligar o meu contador da luz e a ter adquirido um serviço simples de reativação da eletricidade numa habitação, aparece logo do outro lado da linha telefónica uma simpática voz de mulher a tentar vender um serviço para a TV.

O mesmo facto se deu quando há uns tempos fui criar uma entidade coletiva no Registo Nacional de Pessoas Coletivas. Automaticamente depois de ter tratado da papelada, aí estava ele, o som do meu telemóvel novamente com uma chamada da simpática voz de mulher a oferecer-me contratos de fidelização por dois anos para telefones, televisão, etc…

Não me caiu bem, confesso… Após ter pago quase 400 euros em papelada, aí estavam “eles” a perguntar se estava disposto a desembolsar durante dois anos uns 30 euros por mês do meu salário. Pensei para os meus botões: "Puxa! Estes tipos não brincam! Onde andará a 'Proteção de Dados'?”

Uma vez que vivemos um período em que se avizinha a criação de uma nova entidade da concorrência em alternativa a outra que por ter sido tão “Alta” deixou-se de se ver completamente… seria bom e justo para as empresas que não partilham o meu número de telemóvel poderem concorrer em pé de igualdade com as empresas que possuem o meu número de telemóvel e que controlam o monopólio de serviços de comunicações e do audiovisual em Portugal.

Neste período em que o Estado está a vender as participações de grandes empresas desta área, chega a altura de assistirmos ao desempenho de um Estado regulador, no qual eu acredito.

A regulação e fiscalização terão de ser uma constante, sob pena de as empresas poderem não olhar a meios para atingir os seus fins.

Ex-candidato independente pelo CDS à Câmara Municipal de Oeiras
 
 
 

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