Alemanha mostra online mais obras de arte descobertas em Munique

Novo conjunto disponível no site usado pela investigação inclui obras de Edvard Munch, Max Liebermann e Toulouse-Lautrec.

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Desenhos, litografias e gravuras de Edvard Munch que fazem parte do novo lote lostar.de/AFP

Nem sempre será fácil aceder ao site , mas quem conseguir entrar em www.lostart.de poderá ver com mais pormenor um novo conjunto de desenhos, gravuras e litografias que faz parte do lote de 1406 obras de arte, muitas delas saqueadas pelos nazis antes e durante a Segunda Guerra, cuja descoberta num apartamento de Munique foi anunciada no início de Novembro.

Este novo conjunto, colocado à disposição pelas autoridades para que eventuais herdeiros dos proprietários originais possam reclamá-los, inclui trabalhos de Edvard Munch, Max Liebermann e Henri Toulouse-Lautrec, noticiou há minutos a AFP, com base num comunicado do gabinete do promotor público da comarca de Augsburg, responsável pela investigação.

Mas segundo a agência de notícias francesa, o lote que foi publicado online às 18h30 (hora de Lisboa) de quinta-feira era composto por 54 obras – 16 do norueguês Munch, autor do célebre O Grito, 38 do alemão Liebermann e nenhuma do artista francês (o PÚBLICO não conseguiu entrar na lista, provavelmente porque há uma elevada quantidade de pedidos de acesso ao site).

Depois de muito criticadas pelo atraso na divulgação da lista de 1406 obras que estariam guardadas no apartamento de Cornelius Gurlitt, 80 anos, filho de um negociante de arte com antepassados judeus que trabalhou para Hitler, Hildebrand Gurlitt, as autoridades alemãs querem agora mostrá-las o mais depressa possível.

O objectivo é reunir informação que permita restituir boa parte deste acervo que contém pintura, desenho e gravura de Henri Matisse, Marc Chagall, Paul Klee, Pablo Picasso, Otto Dix, Emil Nolde, Albrecht Dürer, Pierre-Auguste Renoir, Canalletto e tantos outrosaos seus legítimos proprietários – sejam museus europeus, sejam os herdeiros de coleccionadores privados, na sua esmagadora maioria judeus, espoliados pelos nazis à medida que estes iam conquistando poder e território nas décadas de 1930 e 40.

Na terça-feira, Reinhard Nemetz, o promotor de Augsburg, dissera já que mal se determine que obras são “indubitavelmente” propriedade do acusado, Cornelius Gurlitt, estas lhe devem ser devolvidas “de imediato”. Quanto às restantes, o advogado acrescenta: “É de importância fulcral que as obras associadas às perseguições nazis sejam identificadas para que possam ser feitos pedidos formais de devolução e para que os eventuais donos possam exercer os seus direitos.”

 

 

 

 
 

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