Os funcionários que asseguram a limpeza urbana de Lisboa contestaram nesta quinta-feira, em plenário, a falta de condições de trabalho, a transferência de competências para as juntas de freguesia e a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2014.

"Não se sabe como se vai proceder à transferência de competências [da câmara] para as juntas de freguesia", prevista na reorganização administrativa da cidade, disse Vítor Reis, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa. Em termos financeiros, o sindicalista acredita que este é um "presente envenenado para as juntas de freguesia".

Esta transferência de competências "não vai ser melhor para a cidade ou para os munícipes e vai pôr em causa dezenas de postos de trabalho", diz.

Vítor Reis questionou a manutenção de subsídios actualmente pagos pela Câmara de Lisboa, como o subsídio de risco, afirmando que há uma "grande indefinição" em todo o processo que cria "instabilidade" junto dos trabalhadores.

O dirigente frisou ainda que o sindicato não tem sido consultado em todo o processo, tendo participado apenas numa reunião com o presidente da câmara, António Costa.

Falta de condições
Cerca de dois mil trabalhadores contestaram no plenário a proposta de OE para 2014 por considerarem que os "vai carregar ainda mais com problemas". Na reunião foi ainda abordada a questão da falta de condições de "saúde e segurança", com o sindicalista a defender que há um "desinvestimento" no sector operacional.

"Temos problemas em caldeiras, em termoacumuladores e outros cuja resolução corresponde a verbas irrisórias, mas cujos processos que se arrastam por causa da Lei dos Compromissos", denunciou. "Temos trabalhadores em contentores provisórios há oito ou nove anos", acrescentou.

Todos estes assuntos constam de uma moção aprovada no plenário e que será entregue a António Costa. O Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa vai realizar outro plenário na sexta-feira no complexo da manutenção mecânica, nos Olivais, e na segunda-feira no departamento de desporto.