BE diz que Machete deu voz ao pensamento do Governo sobre novo resgate

O líder parlamentar do Bloco de Esquerda considerou esta segunda-feira que o ministro dos Negócios Estrangeiros português deu voz “ao pensamento que preocupa este Governo”, que é um “segundo resgate no horizonte de Portugal”.

Pedro Filipe Soares reagia às declarações de Rui Machete que, no domingo, na Índia, onde se encontra na reunião de chefes da diplomacia da Europa e da Ásia, afirmou que um segundo resgate “é evitável” desde que as taxas de juro a 10 anos igualem ou fiquem abaixo dos 4,5%.
“O que vemos nestas declarações de Rui Machete é que, de facto, há um pensamento escondido, que é o pensamento que mais preocupa este Governo. O Governo já tem pesadelos com o segundo resgate porque percebe que esta política não tem saída e que está a empurrar o país para esse segundo resgate”, afirmou o bloquista.

“A declaração que ele [Rui Machete] dá, colocando metas de juros no mercado, que estão bastante longe de serem alcançadas por Portugal, demonstra que o Governo já tenta procurar responsáveis, que não as suas políticas, para o resultado que as suas políticas trarão ao país porque a austeridade tem esse desfecho”, acrescentou.

“Ouvimos [o ministro da Economia, António] Pires de Lima, ouvimos Rui Machete, ouviremos alguém a tentar desmentir este ministro, mas na prática o que nós concluímos é que esse é o pensamento, a grande preocupação deste Governo porque percebe que é o segundo resgate que está no horizonte de Portugal”, se mantiver estas políticas, reiterou.

O líder parlamentar bloquista disse também ser esta “mais uma das descaídas de um ministro que já provou não estar à altura do seu lugar”.

Rui Machete “começou mal”, com ligações ao caso BPN, “e por isso jamais deveria ter tomado posse, dando azo ao ditado popular ‘o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita’. (...) Como dizemos desde o início, este ministro não tem condições para continuar”, declarou.

Pedro Filipe Soares considerou que Rui Machete “nunca deveria ter tomado posse (...) mas que reconhece aqui, aquilo que é óbvio: que a austeridade não tem saída, apenas trará um segundo resgate”.

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