Entrada dos CTT em bolsa é “excelente sinal” para mercado português

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Os CTT foram responsáveis por 95% do tráfego postal no ano passado Pedro Cunha

A estreia em bolsa dos Correios de Portugal (CTT), prevista para Dezembro, é vista com bons olhos pelo presidente da NYSE Euronext Lisboa, Luís Laginha de Sousa, que salienta que o conjunto do mercado fica a ganhar.

"É um excelente sinal. É muito importante em várias perspectivas. A empresa e o accionista [Estado] consideraram que a dispersão de parte do capital dos CTT em bolsa era a melhor opção. Para o mercado português é importante, mas também é um sinal positivo para o exterior", afirmou hoje à agência Lusa Laginha de Sousa.

O presidente da gestora da bolsa portuguesa falava à margem da conferência "A retoma dos mercados após a crise", organizada pelo Jornal de Negócios, em Lisboa, destacando que este tipo de operações "reforçam a confiança dos investidores".

Segundo Laginha de Sousa, "após o Estado ter tomado a decisão de vender parte do capital da empresa, ainda bem que esta é feita através da bolsa", já que a operação tem uma "leitura internacional" que ajuda a relançar a praça accionista portuguesa.

"Todos os sinais que reforcem aquilo que é visto como positivo no mercado funcionam de forma cumulativa", sublinhou, acrescentando que "a entrada de mais uma empresa em bolsa não retira espaço às restantes, mas é, antes, muito positivo para o conjunto do mercado".

Sem querer avançar detalhes sobre a operação, o responsável admitiu à Lusa que os trabalhos para a colocação dos CTT no mercado estão em marcha.

"Mantemos contactos directos e regulares com todas as entidades envolvidas", revelou.

Já sobre a intenção manifestada recentemente pelo presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, de colocar em bolsa a Rioforte, a 'holding' para a área não financeira do Grupo Espírito Santo, bem como de uma fatia da Espírito Santo Saúde, Laginha de Sousa mostrou entusiasmo.

"É muito positivo para o mercado quando há novas empresas a entrar", referiu, considerando normal que as empresas "se cotem primeiro no seu mercado de origem".

Aliás, de acordo com o responsável, esse é um trunfo da bolsa portuguesa, cuja gestão cabe ao grupo transcontinental NYSE Euronext.

"A bolsa portuguesa está integrada num grupo internacional, o que dá projecção internacional às cotadas", realçou.E concluiu: "O mercado de capitais tem que ser mais usado pelas empresas como fonte de diversificação do financiamento".

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