Imigrante assassinado em São Petersburgo depois de manifestação ultra-nacionalista

Os suspeitos são dez adolescentes filmados por câmaras de segurança.

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Putin (aqui a visitar a exposição sobre os Romanov) declarou 4 de Novembro o Dia da Unidade Nacional Reuters

Um imigrante da Ásia Central foi assassinado em São Petersburgo, na Rússia, depois da manifestação ultra-nacionalista de segunda-feira. De acordo com a polícia, depois da Marcha Russa foram cometidas uma série de agressões contra pessoas óriundas desta região e também do Cáucaso.

"O corpo de uma pessoa com traços da Ásia Central foi encontrado com ferimentos de arma branca", indicou a polícia de São Petersburgo em comunicado citado pela AFP. A polícia diz que homem assassinado é do Uzbequistão, uma antiga república soviética - destas repúblicas é originária a massa de imigrantes, muitos ilegais, que entrou nos últimos anos na Rússia.

As manifestações de segunda-feira, em São Petersburgo, em Moscovo e algumas cidades da Sibéria, tiveram estes imigrantes (quase todos de países muçulmanos) como primeiro alvo. Serviram também para glorificar a chamada "alma russa", num apelo a sentimentos nacionalistas pré-revolução soviética. O Presidente Vladimir Putin, por exemplo, esteve na segunda-feira - em 2005 decidiu que 4 de Novembro seria o Dia da Unidade Nacional - numa exposição sobre os Romanov em Moscovo.

O homem assassinado na antiga capital imperial tinha 51 anos e saia do emprego, numa fábrica, quando foi cercado por dez pessoas - o corpo tinha 14 punhaladas. A polícia não classificou este crime como racista, mas disse que os suspeitos são adolescentes que poderão ter participado na manifestação; as câmaras de vigilância filmaram-nos e usavam uniformes com símbolos ultra-nacionalistas. Os suspeitos estão a ser procurados.

 
 
 

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