Relações com Angola assentam em instâncias políticas e não nas judiciais, lembra Assunção Esteves

Delegação parlamentar portuguesa está em Luanda para a Assembleia Parlamentar da CPLP.

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Questão dos naufrágios no Mediterrâneo tem de ser resolvido “sem olhar a esforços”, diz Assunção Esteves Enric Vives-Rubio

A presidente da Assembleia da República portuguesa defendeu esta segunda-feira em Luanda que as relações luso-angolanas assentam nas instâncias políticas e excluem as instâncias judiciais.

“Acho que em Portugal, como em Angola, (...) a colaboração dá-se ao nível das instâncias políticas e exclui as instâncias judiciais. E é nessa colaboração, ao nível das instâncias políticas, que apostamos nós e que, tenho a certeza, que apostam os angolanos”, disse.

Assunção Esteves, que fez a afirmação no final de um encontro com empresários portugueses, chegou hoje a Luanda para uma visita de quatro dias, no quadro da realização da IV Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Instada a dizer se a visita traduz um sinal de normalização nas relações luso-angolanas, Assunção Esteves respondeu afirmativamente.

“É sobretudo um sinal que nós queremos que esteja [a normalizar]. Também acho que está (...) Seria hipócrita dizer que não há nenhuma intenção de reforçar a afirmação de uma fraternidade incontornável que existe entre os povos português e angolano”, continuou.

O relacionamento bilateral tornou-se tenso depois de o Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, ter anunciado num discurso no Parlamento em Luanda o fim da intenção de formalizar uma parceria estratégica com Portugal.

Relativamente ao encontro com os empresários, Assunção Esteves disse ser necessário reconhecer que a relação Portugal-Angola, que classificou como “muito forte”, não deixa de estar sujeita aos desafios da mundialização. “Há mais actores no terreno. E a relação Portugal-Angola tem de contar com isso. Tem de criar uma pragmática e uma prudência de actuação que lhe permita a mesma eficácia, onde já entraram mais actores por força de um conjunto de circunstâncias que nos ultrapassam a nós e aos angolanos”, concluiu. 

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