Portas: “Em 2014 vamos viver uma espécie de 1640 financeiro”

Vice-primeiro-ministro compara resgate à perda de independência de Portugal para a Espanha em 1580.

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Portas: é em Junho de 2014 que Portugal se vai ver livre “dos defeitos do memorando” Rui Gaudêncio

O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, criticou o líder do PS por sustentar que Portugal ficará pior no fim do programa de ajustamento, em Junho de 2014, lembrando que é nessa altura que o país vai recuperar a soberania financeira.

“Em 2011 vivemos uma espécie de 1580 financeiro. Em Junho de 2014 podemos viver uma espécie de 1640 financeiro”, disse, no encerramento do debate na generalidade do Orçamento do Estado (OE), referindo-se ao período em que Portugal esteve sob domínio espanhol. 

Paulo Portas deixou, por isso, uma crítica a António José Seguro: “Desde 2011 que não há vida para além do défice, em 2014 haverá vida para além da troika. É pouco? Não, para um país obrigado a perder muito, é quase tudo. É por isso especialmente perturbadora a declaração de António José Seguro de que em Junho Portugal vai ficar pior.”

O vice-primeiro-ministro insistiu na ideia de que se trata do último OE em que Portugal está sob assistência financeira. Mas advertiu para o longo caminho que o país ainda terá de percorrer: “Acabaram os constrangimentos? Não. Portugal manterá obrigações de redução do défice através do Tratado Orçamental.”

Estabelecendo a data de Junho de 2014 como um momento que marcará a diferença nas escolhas das políticas para cumprir metas de défice, Portas disse que é nessa altura que Portugal se vai ver livre “dos defeitos do memorando”.

Apesar de sustentar que a poucos meses do fim do programa Portugal precisa de um compromisso, o líder do CDS fez críticas ao discurso do PS, acusando o partido de estar “em negação” da realidade e dos “sinais ténues” de recuperação económica.

O “lapso” do PS, como lhe chamou, contém “dois riscos maiores”: “Um é falhar a previsão, não do que o Governo diz, mas do que a economia consegue. O outro é deixar no ar a ideia de que o PS não consegue fazer oposição no cenário de crescimento macroeconómico.” 
 

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