PSD assume ser “difícil” fazer reforma do Estado sem PS

Pedro Pinto diz que seria "caricato" que o guião apresentado pelo Governo não tivesse a aprovação do PSD

Foto
Pedro Pinto Victor Cid

No segundo dia de debate na generalidade do Orçamento de Estado para 2014, PSD e PS envolveram-se numa troca de acusações a propósito da reforma do Estado. Altos dirigentes dos dois partidos trocaram cartas e prestaram declarações aos jornalistas no Parlamento enquanto decorria o debate dentro do plenário.

O vice-presidente do PSD Pedro Pinto diz crer que “é a primeira vez que um partido” do arco da governação recusa debater matérias sobre o Estado, depois de o PS ter recusado dialogar com os sociais-democratas sobre o guião da reforma do Estado apresentado por Paulo Portas, vice-primeiro-ministro e líder do CDS.

Os socialistas, segundo o secretário nacional Miguel Laranjeiro, só estão disponíveis para debater quando existirem propostas concretas e nas 12 comissões parlamentares que já existem. "Queremos uma discussão aberta e transparente onde os partidos possam debater. As leis não são aprovadas nas sedes dos partidos", afirmou Miguel Laranjeiro.

Pedro Pinto foi questionado sobre se é possível fazer a reforma do Estado sem o PS. O dirigente social-democrata admite que “é muito difícil atingir todos os objectivos. Há matérias no futuro que precisam do acordo deste partido [PS]”. Os jornalistas insistiram em saber se o timing para avançar com esta proposta de diálogo foi o mais adequado, tendo em conta que está a decorrer o debate orçamental. Pedro Pinto desvalorizou a forma, argumentando que o PSD propôs iniciar o diálogo após o fim do debate do Orçamento do Estado para 2014.

O PSD foi o único partido que não reagiu sobre o teor do guião da reforma do Estado, pronunciando-se apenas sobre o documento no plenário e para convidar o PS a sentar-se à mesa. Confrontado pelos jornalistas com o guião, Pedro Pinto respondeu: “Era caricato que um guião que é apresentado pelo vice-primeiro-ministro, portanto, pelo Governo não tivesse a aprovação do PSD. Está tudo em aberto na reforma do Estado”.

Sugerir correcção
Comentar