Seguro diz que Orçamento é “plano de cortes para empobrecer o país”

Líder do PS irrita Passos Coelho ao dizer que, quando a troika sair, os problemas vão ficar em Portugal.

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António José Seguro Rui Gaudêncio

O líder do PS considerou que a proposta de Orçamento do Estado para 2014 (OE2014) “é um plano de cortes” generalizado para empobrecer o país. No debate na generalidade do OE, António José Seguro contrariou o discurso do Governo sobre o crescimento económico, irritando o primeiro-ministro.

“É uma proposta caracterizada por medidas que corta na educação em 660 milhões de euros, na saúde em 800 milhões de euros, no rendimento dos portugueses, das famílias, não só mantendo o agravamentro de impostos do ano passado, que corta nos salários dos funcionários públicos, faz um corte retroactivo nas pensões, faz cortes nas pensões de sobrevivência, nas pensões do regime contributivo”, começou por dizer António José Seguro. “Não é um Orçamento de Estado, é um plano de cortes para empobrecer o país”, concluiu.

Perante a bancada do Governo, completa com todos os ministros, o líder socialista disse antever que o aumento do desemprego continuará e que “não se vislumbram sinais sustentáveis de crescimento da nossa economia”. E prevê que quando a troika sair os problemas vão ficar: “Vamos ter mais problemas que quando a troika chegou. Ninguém acredita que este Orçamento tirará o país da crise”.

O discurso foi rebatido pelo primeiro-ministro. “Como é que consegue dizer uma coisa dessas, senhor deputado?. Tenha paciência, está um país inteiro a esforçar-se para fechar um período de emergência e o senhor diz que vamos ficar prior. Há sinais de crescimento. Somos nós que dizemos e os credores internacionais, que observam um crescimento da economia, a espiral recessiva desapareceu, os índices de confiança estão a melhorar, isso significa que há perspectiva de crescimento, não é robusta, mas é de crescimento”, contrapôs Passos Coelho.

Quanto às críticas sobre os cortes, o primeiro-ministro desafiou o líder do PS a dizer como é que reduzia a despesa para baixar o défice. E lançou um ataque à governação socialista de José Sócrates: "Apesar dos problemas que nos deixaram, o Governo [anterior] garantiu que a factura mais pesada iria chegar em 2014, sabe porquê? Porque já o mandato de 2009 teria terminado e seria outro governo”.

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