Pelo menos 61 mortos em nova vaga de atentados no Iraque

Desde o início de Outubro já morreram mais de 640 pessoas em ataques – desde o início do ano, pelo menos 5300.

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Uma das explosões num bairro de Bagdad Sabah Arar/AFP

Foram 20 viaturas armadilhadas contabilizadas pelas agências de notícias e mais sete explosões, a maioria em Bagdad, nos arredores da capital, e na cidade de Mossul, a mais importante do Norte do Iraque. Ao todo, estes atentados mataram pelo menos 61 pessoas.

A esmagadora maioria das vítimas são civis e as explosões atingiram bairros de maioria árabe xiita, em Bagdad, uma zona comercial, um mercado de rua e uma estação de autocarros.

Só um dos ataques de Mossul é que teve como alvo soldados: um carro armadilhado explodiu junto a um banco onde militares faziam fila para receber o seu salário – 14 pessoas, soldados e civis, morreram neste ataque, segundo um médico do hospital de Mossul citado pela AFP. Esta explosão fez ainda 30 feridos.

Numa tentativa desesperada de limitar o risco de atentados com carros armadilhados, as autoridades iraquianas impõem desde Setembro uma circulação alternada em Bagdad (nuns dias os veículos só podem circular em determinado sentido, nos outros no sentido inverso, para serem mais eficazmente controlados). Não tem funcionado.

Os últimos ataques representam só mais uma vaga de violência, a provar que aos iraquianos que as bombas voltaram a fazer parte das suas vidas, depois de uns anos menos violentos a seguir à guerra total que entre 2006 e 2007 matava centenas de pessoas diariamente.

Desde o início de Outubro já morreram mais de 640 pessoas em ataques – desde o início do ano, pelo menos 5300. Um estudo recente diz que meio milhão de iraquianos morreu por causa da guerra desde a invasão norte-americana, em Março de 2003.

O Governo do xiita Nouri al-Maliki, acusado de marginalizar a população sunita, tem respondido à violência intensificando a campanha de detenções contra os insurrectos sunitas, o que lhe valeu renovadas acusações de sectarismo.

A ONU pediu recentemente a Maliki que adopte reformas para evitar uma maior marginalização dos sunitas: a guerra na Síria já transbordou para o país, o que aumenta ainda mais o risco de recrutamento de árabes sunitas descontentes por parte de grupos extremistas.

Ao mesmo tempo, Governo e Parlamento estão quase paralisados por divergências entre os grupos políticos. Corrupção e um fracasso total dos serviços públicos e da distribuição de bens básicos (electricidade, água) só contribuem para alimentar a instabilidade no país.
 
 

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