Arábia Saudita multa mulheres que quebraram a proibição de conduzir

No sábado participaram numa campanha pelo direito a conduzirem, coisa que não podem fazer desde os anos 1990.

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Mais de vinte condutoras sauditas apareceram ao volante em videos publicados no YouTube AFP/YOUTUBE

Quinze mulheres da Arábia Saudita que no sábado desafiaram a proibição de conduzir em vigor no reino islâmico foram chamadas pela polícia e punidas com contravenções.

Segundo o porta-voz da polícia de Riad, coronel Fawaz Al-Miman, “seis mulheres que estavam ao volante na capital foram detidas e transportadas para a esquadra, onde lhes foi aplicada uma sanção”, no caso, uma multa de cerca de 58 euros.

Nesses e noutros casos, que não foram quantificados, as mulheres e os seus tutores – pai, irmão, marido ou outro membro masculino da família – foram ainda obrigados a assinar uma declaração comprometendo-se a “respeitar as regras que se aplicam no reino”, acrescentou o mesmo responsável.

A polícia da cidade de Jeddah, confirmou que duas condutoras foram detidas e multadas, e outras oito mulheres foram interpeladas pelas autoridades em distintas regiões do reino, de acordo com a imprensa local.

As condutoras participavam numa campanha
destinada a reclamar o direito das mulheres a tirar a carta de condução e dirigir automóveis, que lhes está vedado desde a década de 90 do século XX, na sequência de uma fatwa lançada pela mais alta autoridade religiosa da Arábia Saudita.

A campanha, que foi lançada juntamente com uma petição online que já reuniu milhares de assinaturas, motivou uma reacção de força do ministério do Interior, que na véspera da acção planeada alertou para as sérias consequências das mulheres que desafiassem as regras estabelecidas.

“É sabido que as mulheres na Arábia Saudita estão proibidas de conduzir e as leis serão aplicadas contra todos aqueles que violarem ou demonstrarem apoio pela violação dessa proibição”, informou o porta-voz do ministério, general Mansur al-Turki.

Várias activistas receberam telefonemas de agentes governamentais, que lhes pediram que desistissem da campanha. A página na internet onde o abaixo-assinado estava alojado, oct26driving.com, foi alvo de um ataque informático.
 
 
 
 

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