Criança loura encontrada na Grécia renova esperança dos pais de Madeleine

No Reino Unido, o caso de Maria remete para o da criança desaparecida há seis anos em Portugal. "Dá a Kate e Gerry grande esperança", disse um porta-voz dos pais.

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Imagem de Maria divulgada pela polícia grega AFP
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O acampamento em Farsala onde a criança foi encontrada Sakis Mitrolidis/AFP
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Cartaz de Maria no centro que a acolheu: a Interpol está à procura dos pais verdadeiros John Kolesidis/Reuters

A polícia grega está a tentar descobrir a identidade de uma menina loura, com cerca de quatro anos, encontrada numa família com a qual não tem laços biológicos. As autoridades suspeitam que seja vítima de rapto ou tráfico de crianças. O caso renova as esperanças dos pais de Madeleine McCann, a criança desaparecida em 2007 em Portugal.

Maria, é esse o nome pelo qual a criança foi identificada, foi encontrada na quarta-feira, durante uma rusga da polícia a um acampamento cigano, por suspeitas de actividade delituosa, perto de Farsala, centro da Grécia, 280 quilómetros a norte de Atenas.

A BBC contou que os agentes suspeitaram do enorme contraste físico entre a criança de cabelos louros e olhos azuis e os pais. E que ficaram ainda mais desconfiados quando analisaram os documentos da família — o casal registou diferentes crianças em diferentes registos familiares regionais. A mulher alegou também ter dado à luz seis crianças num período de dez meses.

No total, o casal, ela com 40 anos, ele com 39, alega ter 14 filhos. Incluindo Maria, tinha actualmente quatro consigo.

A Sky News, citando Costas Giannopoulos, director da instituição que tem agora ao seu cuidado Maria, apresenta uma versão ligeiramente diferente, mas não contraditória, do modo como foi detectada a presença de Maria. Foi, disse, a procuradora que acompanhou a operação policial quem reparou na criança: “Ela viu uma cabecinha loira saindo de debaixo dos lençóis. Pareceu-lhe estranho, e foi assim que tudo começou”.

Testes de ADN confirmaram que Maria não é filha do casal com quem estava a viver. Giannopoulos explicou que a criança está confusa e chocada com o que se passa à sua volta. Era usada para mendigar nas ruas de Larissa, por ser loura e bonita, disse também.

Interrogado sobre a origem da criança, o casal que se apresentava como sendo os pais “mudou constantemente de explicação”, afirmou, citado pelo site da BBC, o director da polícia da província de Thessalia, Vassilis Halatsis. A Sky adianta que disseram primeiro que tinha sido encontrada num cobertor, depois que lhes tinha sido entregue por estranhos e, por fim, que tinha pai estrangeiro. Ficaram presos, por suspeita de rapto de menor e falsificação de registos.

Pais procuram-se
As autoridades gregas divulgaram uma foto como forma de ajudar à sua identificação. Adiantam também outros dados sobre Maria: pele branca, nascida em 2009, um metro de altura, 17 quilos. Uma hipótese colocada pelos investigadores é que a criança seja oriunda do norte ou leste da Europa.

No Reino Unido, o caso levou a associações à situação, que continua bem presente e sob investigação, de Madeleine McCann, a criança desaparecida em 2007 de um aldeamento turístico na Praia da Luz, no Algarve. Um porta-voz dos pais de Maddie disse ao jornal Daily Mirror que o caso de Maria lhes dá alento. “Isto dá a Kate e Gerry grande esperança de que Madeleine possa ser encontrada viva”, declarou.

Motivo de discussão é também a facilidade em obter documentos oficiais para crianças, mesmo quando não há qualquer parentesco com elas. “Estamos chocados com o quão fácil é registar crianças como se fossem delas próprias”, disse Costas Giannopoulos à televisão grega Skai. “Há muito mais a investigar... Acredito que a polícia irá desvendar uma trama que não tem apenas a ver com esta menina.”

A Grécia, nota a Sky, só desde há cinco meses tem um sistema central de registos. Na rusga ao acampamento de Farsala foram encontradas drogas e armas de fogo, informou também a polícia.

 

 

 

 

 

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