Polícia britânica acredita que rapto de Maddie foi planeado

Autoridades britânicas concentram atenções num outro homem visto com uma criança loira ao colo. Foram divulgados dois retratos-robô do mesmo suspeito.

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O inspector-chefe Andy Redwood, responsável pela equipa de 37 pessoas da Polícia Metropolitana de Londres que está a investigar o desaparecimento de Madeleine McCann, há mais de seis anos, na Praia da Luz, no Algarve, acredita que a menina, então com três anos, foi alvo de “um rapto planeado”.

Foi isso que disse nesta segunda-feira à noite no programa da BBC Crimewatch, argumentando que para isso apontam vários elementos, que não especificou. O investigador descartou que um homem visto por uma amiga do casal McCann, Jane Tanner, às 21h15 de 3 de Maio de 2007 com uma criança ao colo tenha sido o autor do rapto. O inspector-chefe acredita que as autoridades britânicas identificaram o indivíduo em causa e que se trata de um turista que tinha ido buscar a filha à creche do Ocean Club, a estância turística onde os McCann estavam alojados.

Redwood concentra as atenções num outro homem, que perto das 22h foi visto por duas testemunhas com uma criança loira ao colo, a descer uma rua perto do aldeamento, em direcção à praia. É esse o visado nos dois retratos-robô divulgados pela polícia britânica, duas imagens com algumas diferenças justificadas pelo facto de terem sido feitas com base no relato de testemunhas distintas. 

A Scotland Yard considera prioritário identificar este homem, que falará alemão. O indivíduo é descrito como sendo de raça branca, com cerca de 30 anos, cabelo castanho curto, estatura média e sem barba “Estamos a pedir ajuda ao público. Embora este homem possa ser ou não uma peça-chave para desbloquear esta investigação, encontrá-lo e falar com ele é de importância vital para nós. Temos testemunhas que o colocam na área próxima da estância, perto da hora do desaparecimento de Madeleine”, afirmara antes Andy Redwood num comunicado.

No programa foram exibidos retratos-robô de outros homens que terão sido avistados junto da estância turística no dia do desaparecimento ou dias antes e que a polícia também considera importante identificar. Alguns terão participado em peditórios porta a porta no dia do desaparecimento de Maddie.

Redwood realçou ainda que nos meses anteriores ao desaparecimento de Maddie se registou um aumento de roubos naquela zona da Praia da Luz, tendo os assaltantes entrado em várias habitações através da janela. Recorde-se que os pais da menina inglesa encontraram a janela aberta e a persiana levantada quando deram pela falta da filha, que dormia num quarto com os dois irmãos mais novos, enquanto os pais jantavam com amigos no restaurante da estância. “A Madeleine pode ter sido um entrave a um desses roubos”, afirmou o inspector-chefe, admitindo uma versão contrária à de um rapto planeado.

Contactada pelo PÚBLICO, fonte oficial da Polícia Judiciária (PJ) informou que não vai comentar estes novos desenvolvimentos no caso. Uma equipa de seis inspectores da delegação da PJ de Faro está há mais de um mês a realizar as diligências solicitadas pelas autoridades britânicas no caso Maddie. Mas o pedido de colaboração ainda não está totalmente cumprido e, por isso, os elementos recolhidos pela polícia portuguesa ainda não foram remetidos para o Reino Unido. Uma outra equipa de inspectores da Directoria do Norte da PJ, no Porto, continua a fazer a reanálise das provas obtidas no âmbito deste inquérito. Até este momento, não foram descobertos novos factos com relevo para reabrir o processo, arquivado em Julho de 2008. 
 
 
 
 

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