Banco de Portugal revê recessão deste ano de 2% para 1,6%

Quebra menor do consumo e aceleração das exportações ajudam.

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Importações de bens têm vindo a crescer Daniel Rocha

O Banco de Portugal reviu nesta terça-feira em alta as suas estimativas de crescimento para a economia durante este ano. Em Julho, apontava para uma contracção de 2%, agora prevê um uma redução mais moderada do PIB de 1,6%. O Governo prevê uma contracção de 1,8%.

As explicações para esta alteração de perspectivas estão no Boletim Económico de Outono, tornado público nesta terça-feira. Uma queda menos acentuada do consumo privado e uma aceleração das exportações compensam a passagem das importações para uma variação positiva e levam à revisão em alta das estimativas para a actividade económica.

A entidade liderada por Carlos Costa prevê agora que o consumo privado caia 2,2% em 2013. Há três meses, a projecção era mais pessimista: uma queda de 3,4%.

No investimento, também é feita uma revisão, mas mais moderada. Passa de uma queda prevista de 8,9% para 8,4%. No total, a procura interna vai cair, segundo o Banco de Portugal, 3,1%, uma descida menos pronunciada do que os 4,4% antecipados em Julho.

A aceleração das exportações também contribuiu para a melhoria das projecções globais. O Banco de Portugal prevê um aumento de 5,8% das vendas ao exterior, quando antes apontava para os 4,7%.

Pela negativa, as importações contribuíram para limitar os ganhos. Respondendo à evolução menos negativa da procura interna, as compras ao exterior devem crescer 2%. Antes, o Banco de Portugal previa uma contracção deste indicador de 1,7%.

O Banco de Portugal não divulgou neste boletim previsões actualizadas para 2014 e os anos seguintes. A decisão de não o fazer já tinha sido anunciada em Fevereiro e justifica-se pelo facto de, antes da aprovação do orçamento, não haver informação detalhada sobre as políticas públicas que influenciam a actividade económica.
 

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