E se uma aplicação de telemóvel evitasse a morte das baleias?

Objectivo é saber por onde andam as baleias, para que as rotas de navegação não passem por lá.

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Baleia-de-bossa Reuters/MATHIEU BELANGER

Embora seja apenas para as águas costeiras dos Estados Unidos, espera-se que uma nova tecnologia para smartphones contribua para a redução das colisões com baleias, que provocam frequentemente o seu afogamento e morte. Uma aplicação, Whale Spotter, permitirá mapear as zonas de alimentação das baleias na costa californiana, constantemente perturbada pela circulação de navios para a baía de São Francisco.

Deste modo, será possível evitar as colisões entre as embarcações que atravessam estas águas e as baleias. “A aplicação Whale Spotter está actualmente a ser testada nos santuários [marinhos] da Costa Oeste dos Estados Unidos, para aumentar os registos de avistamentos de baleias [naquela zona]”, diz ao PÚBLICO Brad Winney, fundador da empresa Conserve.IO, que lançará a aplicação.

Poderá ser utilizada pelos cidadãos, que, assim, contribuem para estudos científicos e a recolha da grande quantidade de dados necessária, que de outra forma seria impossível de reunir. “Esta aplicação é a oportunidade para os cidadãos-cientistas – pessoas que adoram estas águas – contribuírem para a conservação das baleias nos santuários, conferindo-nos mais olhos na água”, considera Jackie Dragon, da organização ecologista Greenpeace, citada pela agência Reuters.

A aplicação Whale Alert, lançada em Abril de 2012, foi a primeira deste tipo a ser lançada, especialmente concebida para ser utilizada por embarcações comerciais na costa atlântica dos Estados Unidos. Também pode ser utilizada por navegadores ocasionais, nesta zona, de forma a evitarem as áreas mais importantes para a baleia-franca, espécie considerada em perigo pela União Internacional para a Conservação da Natureza.

Em Junho, baseando-se em novas informações sobre as rotas migratórias das baleias, os cientistas propuseram a alteração de três rotas de navegação para a baía de São Francisco, segundo a Reuters.

“A seu tempo, haverá uma integração destas duas aplicações, permitindo que as empresas de transporte marítimo possam usar o Whale Alert também para a recolha de registos de avistamentos”, revela Brad Winney, responsável pelo desenvolvimento das duas aplicações, reforçando que a ideia é ter uma base de dados global que possa ser usada em todo o mundo.

“Esperamos que o público veja isto como uma grande oportunidade de ajudar a cuidar destas águas e nos ajude a proteger as baleias”, conclui Jackie Dragon.

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