Carlos Costa: sucesso é indispensável para dispensar novo resgate

Governador do Banco de Portugal diz que regresso aos mercados é o objectivo essencial da economia portuguesa.

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Carlos Costa vai estrear um novo modelo, que o obriga a uma audição parlamentar antes de ser oficialmente reconduzido Jorge Miguel Gonçalves/NFactos

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, considerou “muito importante, do ponto de vista da dispensa de uma nova assistência financeira internacional”, o sucesso de Portugal nas oitava e nona avaliações da troika.

É “muito importante, do ponto de vista do regresso aos mercados”, frisou o governador nesta sexta-feira, à margem do XXIII Encontro de Lisboa entre os Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa.

“Não é o fim do caminho, mas sem este passo é que não se dariam os passos seguintes, e, portanto, temos que nos congratular pelo facto de a avaliação ter sido bem-sucedida”, afirmou aos jornalistas.

“O objectivo essencial, neste momento, para a economia portuguesa é regressar aos mercados, porque, quando regressarmos aos mercados, dispensamos a assistência financeira a que tivemos que recorrer, por força do fecho dos mercados, que ocorreu em Abril de 2011”, sublinhou ainda Carlos Costa.

O governador sublinhou que, para aceder aos mercados, Portugal depara-se com “três metas” essenciais. A primeira acaba de ser ultrapassada: “Concluir as oitava e nona avaliações [da troika] com sucesso, o que aconteceu”; a seguir, há ainda a apresentação de um Orçamento para 2014 “em linha com os compromissos constantes do programa de assistência económica e financeira”; e, em terceiro lugar, “o cumprimento do chamado 'semestre europeu', com a apresentação em Bruxelas da trajectória que será seguida pelas finanças públicas nos próximos anos”.

Este roteiro “é muito importante para dar aos nossos credores – que são investidores – a confiança para investirem na dívida pública portuguesa, que é o que nos permite passar a trabalhar com base num financiamento que não é o das instituições financeiras internacionais”, considerou Carlos Costa.

“Espera-se que este passo [o do sucesso nas oitava e nona avaliações da troika] convença os mercados de que a economia portuguesa tem condições para fazer face à sua dívida, tem uma trajectória de sustentabilidade da dívida pública e tem vontade e capacidade para honrar os seus compromissos”, afirmou o governador do banco central.

“Isto é o que pede qualquer investidor que investe em qualquer obrigação de um título emitido por um devedor – e num devedor soberano é a mesma coisa”, acrescentou.
 

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