Marinha regista 12 mortes durante a época balnear

Doze pessoas morreram durante a época balnear, que decorreu entre 1 de Maio e 30 de Setembro, nas áreas de jurisdição marítima, informou nesta terça-feira a Marinha portuguesa.

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Também haverá doação financeira para a gestão das praias Virgílio Rodrigues (arquivo)

Cinco casos foram registados em praias fluviais não vigiadas e outros tantos em praias marítimas não vigiadas, refere a Marinha em comunicado.

Já nos locais vigiados houve dois casos, um na praia da Lomba, no Rio Douro, por afogamento/correntes a 30 de Junho, e um outro na praia da Riviera, na Costa da Caparica, caracterizado como morte súbita a 8 de Julho.

Nos números de mortes em zonas marítimas não vigiadas, a Marinha indicou três casos de morte súbita e dois afogamentos, nas zonas de Cascais, Aveiro, Funchal, Setúbal e Tavira, sendo três cidadãos de nacionalidade estrangeira.

Quanto a mortes em zonas fluviais não vigiadas, quatro dos cinco casos foram registados pela capitania do Douro e um no Rio Tejo (cais de Alhandra) devido a afogamentos.

Das 12 vítimas mortais, uma é mulher.

Nas praias vigiadas concessionadas, durante a época balnear, houve 582 intervenções de nadadores salvadores, enquanto em praias não concessionadas, mas abrangidas por sistemas integrados registaram-se 168 intervenções.Nestes locais foram ainda feitas 681 assistências a primeiros socorros e 168 buscas com sucesso a crianças perdidas na praia.

A autoridade marítima nacional divulgou ainda dados na vertente da responsabilidade social com os parceiros, que incluem 479 intervenções de salvamento.

O presidente da Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores (Fepons), Alexandre Tadeia, notou que este número de vítimas refere-se apenas ao litoral e acaba por ser “relativamente pequeno em relação à afluência” de pessoas a essas praias.

Porém, o responsável criticou a falta de decisões nas piscinas públicas, onde não é obrigatória a presença de nadadores-salvadores, e no interior do país.

Num balanço da época balnear, Tadeia lamentou que muitas autarquias tenham pedido a redução do período por “critérios económicos e não de salvaguarda da vida humana”.

Devido à crise, a federação registou atrasos no pagamento a nadadores salvadores e defendeu que o pagamento não deve ser responsabilidade dos concessionários.

Uma taxa municipal, com base na facturação e distância da praia, devia ser cobrada a hotéis e supermercados para que as autarquias contratem os nadadores-salvadores, contrapropôs a Fepons.

“Acabar com a contratação individual”, é outra das propostas desta federação, que indica os bombeiros como exemplo a seguir e lembra que os nadadores-salvadores não têm garantida formação contínua pelos concessionários da praia.Os nadadores continuam ainda a desempenhar outras funções, vedadas por lei, como alugar toldos e motas, criticou ainda o responsável à agência Lusa.

Pela parte dos concessionários, João Correia notou que as pessoas se deslocaram à praia, mas “mais fornecidos de alimentos”, o que fez baixar 20% nos consumos em cafés e bares do areal.

“Há sempre alguém que consome, mas nota-se que as pessoas estão mais comedidas e há uma poupança maior nas famílias”, afirmou o presidente da Federação Portuguesa dos Concessionários de Praia.

Na ocupação das espreguiçadeiras, o responsável recordou que os preços se mantiveram, por os empresários preferirem “ter as casas compostas”.

“Todas as despesas foram encaixadas pelas firmas, que suportaram os aumentos dos preços e do IVA. Daí as quebras que tiveram”, analisou.

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