Costa não se deixa “embalar” por sondagens e pede “condições para governar”

Autarca socialista critica PCP e BE e recusa dar pelouros a Seara.

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António Costa rejeita, à partida, dar qualquer pelouro a Fernando Seara Bruno Castanheira

António Costa garante que “as boas sondagens que têm aparecido”, incluindo aquela que foi divulgada esta sexta-feira e que lhe atribui 48% das intenções de voto em Lisboa, não o deixam “adormecido e embalado”.

O autarca diz-se “confiante” numa vitória em toda a linha, não só na câmara mas também na assembleia municipal e nas juntas de freguesia, acrescentando que, neste momento, há apenas uma dúvida: “Que condições vamos ter para governar o município.”

Num balanço de campanha realizado ao fim da manhã desta sexta-feira, o ainda presidente da Câmara de Lisboa, que se recandidata a um derradeiro mandato, deixou críticas aos partidos à esquerda. “Impressiona-me muito como, em Lisboa, o único objectivo a que o PCP e o BE se propõem é o enfraquecimento do PS”, disse, criticando o facto de ambos os partidos se terem mostrado indisponíveis para um acordo, quer antes quer depois das eleições.

“Temos de nos bastar a nós próprios”, concluiu António Costa, sublinhando que, para isso, “é fundamental uma votação clara e expressiva”. Seguindo uma ideia vincada por Helena Roseta (cabeça de lista à Assembleia Municipal de Lisboa) na intervenção antes da sua, o candidato frisou que esta não é uma candidatura do PS, mas sim do “PS mais”, porque integra o movimento Cidadãos por Lisboa, a associação Lisboa é Muita Gente e independentes. 

As eleições de 2009 deram-lhe nove dos 17 lugares de vereador da câmara e as sondagens dizem que poderá agora chegar aos dez. Depois de seis anos à frente do município, António Costa defende que o ideal é que haja “pelo menos” 11 eleitos com pelouros, para não haver uma sobrecarga de responsabilidades.

Essa é, no entanto, uma meta que o “PS mais” não deverá conseguir alcançar, dado que a entrega de pelouros a outras forças políticas parece estar fora de questão. À esquerda, porque, sublinha António Costa, o PCP e o BE afastaram essa hipótese, e, à direita, porque essa é uma possibilidade que o candidato nem sequer equaciona. “Não faz sentido haver um entendimento entre nós de partilha de soluções governativas”, diz, referindo-se a Fernando Seara, da coligação PSD/CDS/MPT.

José Sá Fernandes também esteve presente no balanço da campanha, onde criticou o BE, partido com o apoio do qual foi eleito em 2007, mas que acabou por lhe retirar a confiança política. “O BE, à primeira oportunidade, fugiu das responsabilidades. Não está para construir algo em Lisboa, mas sim para atacar o PS”, disse o vereador, que pela segunda vez concorre à Câmara de Lisboa na lista de António Costa.

Já Helena Roseta, actual vereadora e candidata à presidência da assembleia municipal, considerou que o “PS mais” de que fala “será uma grande lição para as forças de esquerda”. A autarca reafirmou que a candidatura que integra pretende concretizar “políticas anticrise” em Lisboa, fazendo da cidade “um bastião de resistência às políticas de austeridade”.    

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