Catequista de Azambuja acusado de 14 crimes de abuso sexual de crianças

Um catequista da freguesia de Aveiras de Baixo, concelho de Azambuja, foi acusado pelo Ministério Público (MP) de 14 crimes de abuso sexual de quatro crianças, que à data dos factos tinham entre oito e 11 anos.

Segundo o despacho de acusação do MP, a que a agência Lusa teve acesso, o arguido, hoje com 29 anos, "aproveitou a circunstância de ter sido catequista na capela de Casais da Lagoa e monitor na colónia de férias da paróquia de Aveiras de Cima" para "manter com os menores uma relação de amizade estreita, e estes confiarem nele, para mais facilmente levar a bom termo os seus propósitos".

O homem é suspeito de incentivar e de ter levado a cabo actos de cariz sexual com as quatro crianças, entre 2011 e 2012, numa casa abandonada, num anexo da capela, na habitação da sua avó e nas casas de banho da escola primária, na localidade de Casais da Lagoa.

De acordo com o MP, a primeira vez que o arguido praticou os alegados factos foi em 2011 nas casas de banho do estabelecimento de ensino, "quando esteve a substituir uma auxiliar educativa", enquanto a última ocorreu a 14 de Junho de 2012, na casa abandonada, tendo uma das vítimas filmado os actos com um telemóvel, "pois não era a primeira vez que acontecia e a sua mãe não acreditava".

A acusação sustenta que o homem "fez sempre o pedido aos menores para que não relatassem o sucedido, pois se aquilo se soubesse podia ir preso".

O arguido, natural de Vila Franca de Xira e decorador de arte floral, foi detido pelas autoridades dias mais tarde, após familiares das crianças terem denunciado o caso.

Depois de presente a primeiro interrogatório judicial, o Tribunal do Cartaxo decretou, a 22 de Junho, a sua prisão preventiva.
Na ocasião, ouvido pela agência Lusa, o padre da paróquia mostrou-se "surpreendido, chocado e magoado", à semelhança da comunidade local, pela detenção do catequista.

"Custa-me a aceitar esta realidade. É uma surpresa chocante. Nunca me passaria pela cabeça que alguém próximo de mim, que durante anos recebeu os valores que eu transmito, possa ter cometido este tipo de crimes", lamentou o padre António Cardoso, após o arguido ter ficado em prisão preventiva.

Entretanto, a medida de coacção foi alterada, estando o suspeito a aguardar julgamento em prisão domiciliária com pulseira electrónica.

O arguido está acusado pelo MP da prática em autoria material e concurso real de 14 crimes de abuso sexual de crianças na forma consumada.

O julgamento vai decorrer no Tribunal do Cartaxo, mas ainda não há data para o seu início.
 

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