FMI diz que pode ser preciso ir mais longe na flexibilização dos défices na zona euro

Director do departamento europeu do Fundo avisa que a situação da economia estabilizou, mas ainda é frágil.

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Não é a primeira vez que o FMI defende a flexibilização do défice Paulo PImenta

O director do Departamento Europeu do Fundo Monetário Internacional defendeu esta quarta-feira que pode ser necessário ir mais longe na flexibilização das metas orçamentais na zona euro.

Numa análise à actual situação da zona euro publicada na página de Internet do Fundo, Reza Moghadam afirma que "a nível orçamental tem havido um fardo sobre o crescimento imposto pela necessária consolidação orçamental" e que para minorar este efeito "a recente flexibilização dos prazos para cumprir as metas orçamentais tem sido útil". No entanto, diz o responsável pelo departamento que tem a seu cargo a definição e avaliação dos programas português, grego, irlandês e cipriota, "pode ser preciso ir mais longe, especialmente se essa margem de manobra orçamental for usada para capitalizar os bancos ou fazer reformas".

Em Portugal, as metas do défice já foram, durante a execução do programa da troika, revistas por duas vezes. O Governo tem defendido que, na avaliação actualmente a ser feita, se deve discutir uma nova flexibilização do objectivo de 4% definido para 2014. Contudo, vários responsáveis políticos europeus, incluindo o comissário para os Assuntos Económicos e Financeiros e o presidente do BCE, têm defendido a necessidade de Portugal manter inalteradas as suas metas orçamentais.

Do lado do FMI, um estudo recentemente publicado pelo Departamento Económico (que não lida directamente com os programas aplicados nos países periféricos da zona euro) defendia a necessidade de realizar os esforços de consolidação orçamental de uma forma mais progressiva, para evitar impactos demasiado negativos na economia. A declaração de Reza Moghadam, a quem Subir Lall (o chefe da missão do FMI agora em Lisboa) directamente reporta, dá sinais mais claros da posição que o Fundo está a defender sobre esta matéria nas oitava e nona avaliações do programa português.

Na sua análise da crise do euro, Moghadam defendeu que "a situação económica na Europa está a estabilizar, mas ainda é frágil".
 
 
 

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