Pelo menos 30 mortos em ataque terrorista a centro comercial de Nairobi

A milícia islamista Al-Shabab ameaçara atacar o local. Há americanos feridos e ao início da noite ainda havia reféns.

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Havia várias crianças dentro do centro comercial
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Uma mulher ferida é tirada do centro comercial em Nairóbi SIMON MAINA/AFP
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A polícia cercou o edifício Goran Tomasevic/REUTERS
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A polícia tentou retirar toda a gente do interior do centro, mas suspeita-se de que haja reféns Noor Khamis/REUTERS
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O número de mortos é ainda provisório SIMON MAINA/AFP

A polícia de Nairobi, a capital do Quénia, cercava ontem um centro comercial onde, de manhã, uma milícia islamista abriu fogo sobre os clientes e funcionários. A polícia confirmou que havia 30 mortos.

O grupo extremista islâmico Al-Shabab, que actua na Somália mas tem feito incursões no Quénia, reivindicou a autoria do ataque à estação de televisão do Qatar Al-Jazira. Um dos atacantes foi ferido pela polícia e capturado ao início da noite.

A Al-Shabab tinha feito ameaças contra o centro comercial Westgate, que aglomera lojas de luxo e é frequentado por quenianos ricos, expatriados de outros países africanos e pessoal estrangeiro a trabalhar nas organizações internacionais ali sediadas. Em Nairobi funciona a sede das Nações Unidas em África e o secretário-geral da organização disse estar a seguir com "preocupação" a operação policial. Em Washington, o Departamento de Estado confirmou que há americanos feridos.

A Al-Shabab condenou o Governo do Quénia por enviar tropas para a Somália, onde ajudam o Governo a combater as milícias islamistas. O grupo extremista advertira na sua conta oficial na rede social Twitter que se o Governo queniano não retirasse as suas tropas da Somália iria sofrer "consequências severas".

Algumas testemunhas disseram que os assaltantes — que entraram no centro comercial depois de atirarem granadas lá para dentro — tinham metralhadoras AK47 e disseram aos muçulmanos para saírem, tendo começado a executar os não muçulmanos.

As características do ataque e os testemunhos levaram o governo do Presidente Uhuru Kenyatta a concluir que seria um ataque terrorista, como disse à Reuters o secretário do Ministério do Interior, Mutea Iringo.

Pouco depois do ataque, que teve lugar ao meio-dia local (10h em Lisboa), foram enviadas para o centro comercial as unidades de elite da polícia e do exército, apoiadas por helicópteros de combate.

"Eles não falam swaili, falam uma língua que parece árabe ou somali. Mas não tenho a certeza porque não falo essas línguas", disse à AFP uma testemunha que só quis dar o primeiro nome, Jay. Disse que viu pessoas a serem executadas.

"Dispararam contra a minha cabeça mas falharam. As balas atingiram pelo menos 50 pessoas", disse um funcionário do Westgate, Sudjar Singh. "Vi um rapazinho ser transportado por uma pessoa, tinha cinco ou seis anos e não se mexia".

A polícia e os militares fizeram raides dentro do Westgate Mall e retiraram dezenas de pessoas que estavam escondidas nas lojas. Ao fim do dia não havia dados concretos sobre quantas pessoas permaneciam no interior do complexo e em que condições — escondidos ou reféns? Uma fonte policial disse à AFP que poderia haver "pelo menos" sete reféns.
 
 
 
 
 

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