Rui Moreira pretende reactivar programa Porto Feliz com ajuda estatal

Programa de tratamento e reinserção dos toxicodependentes foi criado pela autarquia e funcionou no Porto, em colaboração com o Governo e a Segurança Social, entre 2002 e 2007.

O candidato independente à Câmara do Porto Rui Moreira quer “encontrar recursos”, também junto do Estado, para reactivar o programa Porto Feliz, que teve como objectivo o tratamento e a reinserção dos toxicodependentes da cidade.

O programa, criado em 2002 pela Câmara do Porto em colaboração com o Governo e com a Segurança Social e terminou em 2007, previa o acompanhamento dos toxicodependentes, desde a retirada das ruas até ao reingresso na vida activa e familiar.

“O Porto Feliz foi abandonado por decisão do Estado central. Temos que ver em que condições podemos reactivar [o programa, porque] é muito importante para o combate à toxicodependência”, afirmou o candidato, que esta quinta-feira de manhã reuniu com uma equipa de apoio a sem-abrigo da paróquia de Cristo Rei.

Segundo Rui Moreira, o programa em causa “foi destruído apenas porque tinha sucesso, porque contrariava aquilo que têm sido as políticas públicas do Estado central, que objectivamente não têm funcionado”. “Tiveram receio que este bom exemplo pudesse mostrar as falências do Estado central nas políticas da toxicodependência”, sublinhou.

O Porto Feliz terminou em 2007, com o actual presidente da autarquia, Rui Rio, a acusar o Governo de “matar” um projecto de “reconhecido sucesso”, depois de o protocolo que regia o programa ter sido denunciado pelo Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT) em Julho de 2006.

Na ocasião, o presidente do IDT, João Goulão, afirmou ter sido surpreendido com a decisão da autarquia em acabar com o programa, porque estava ainda em negociação a continuidade da intervenção mas noutros moldes, por se entender que o instituto não poderia continuar a alimentar “um programa sorvedouro com o Porto Feliz”.

No final do encontro de hoje, em declarações aos jornalistas, Moreira enalteceu o trabalho desenvolvido por “paróquias, voluntários, instituições”, reafirmando pretender criar um programa de emergência social que permita à autarquia apoiar “os que se mobilizam sem quaisquer auxílios que não seja a grande solidariedade que sempre existiu no Porto” em ajudar os mais necessitados.

“Fazem um trabalho muito importante junto de populações mais desfavorecidas, camadas da população que vivem escondidas, muitas vezes em fábricas abandonadas, e que conhecem estas instituições e de alguma maneira encontram algum conforto”, disse.

Além de Rui Moreira, concorrem à Câmara do Porto Luís Filipe Menezes (PSD/PPM/MPT), Manuel Pizarro (PS), Nuno Cardoso (independente), Pedro Carvalho (CDU), José Soeiro (BE), José Carlos Santos (PCTP/MRPP) e José Manuel Costa Pereira (PTP).

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