Caminhadas e corridas nocturnas já mobilizam quase 3000 pessoas em Leiria

Há quem apareça de cadeira de rodas ou a empurrar carrinhos de bebé.

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O "Brisas do Lis Night Run (ou Fun!!!)" começou com um grupo de oitenta e já conta com 2900 participantes REUTERS/Yiorgos Karahalis/Arquivo

As corridas e caminhadas nocturnas que se realizam às quartas-feiras em Leiria já mobilizam quase 3000 pessoas, disse à Lusa fonte do Núcleo de Espeleologia de Leiria (NEL), a entidade que desafiou os leirienses a saírem do sofá.

As caminhadas e as corridas estão divididas por cores, oferecendo diferentes ritmos e exigências diferentes, e há inclusive percursos criados pelo NEL Pédatleta para aqueles que aparecem a empurrar carros de bebés ou que se deslocam em cadeiras de rodas.

“É uma iniciativa espontânea, porque não tem qualquer organização formal, para a qual não é necessária qualquer inscrição. Começou com um grupo de 80 pessoas e cresceu de forma incrível até às 2900 pessoas”, sublinhou o presidente do NEL, Luís Serafim.

Os elementos do NEL começaram por organizar as pessoas no ponto de encontro, na Praça Rodrigues Lobo, subindo para a base de uma estátua, foram entretanto obrigados a deitar mão a um megafone, passaram depois para um sistema de som e agora já utilizam uma varanda de um dos prédios para garantir que os participantes os vêem e ouvem na hora de separar os grupos.

O fenómeno que está a mexer com a cidade é baptizado "Brisas do Lis Night Run (ou Fun!!!)" e já promove sessões de Dance Fusion Fit, nas quais, ao som e ritmo da zumba, se assegura o aquecimento dos participantes.

As pessoas que preferem uma corrida rápida só têm que seguir os balões verdes. A intermédia é sinalizada pelos balões lilases e “A minha primeira corrida”, pensada para estreantes e “atletas” mais cautelosos, é assinalada pela cor vermelha. Os percursos podem variar entre os dez e os seis quilómetros.

Já as caminhadas estão divididas em duas categorias. Devido ao número crescente de participantes foram constituídos dois grupos (o azul e o amarelo) que têm de seguir percursos diferentes, embora o ritmo seja o mesmo.

Finalmente, as pessoas com mobilidade reduzida, como aquelas que trazem os bebés nos respectivos carros ou os que se deslocam em cadeira de rodas, e que são obrigadas a evitar os quase inevitáveis obstáculos urbanos, devem seguir o balão rosa.

“Não estava a fazer exercício e, desde que vim para aqui, passei a fazer uma corrida lenta todos os dias”, sublinhou uma das participantes, Célia Alves, confirmando a natureza “viciante” da iniciativa, muito por causa do convívio.

Rui Cautela, que começou recentemente os seus treinos de Taekwondo, fez na quarta-feira a sua estreia. “Já tinha conhecimento disto, mas demorei a participar por preguiça”, admite. A motivação repete-se: “É pelo convívio”, assinalou.

Rui Amaral corria sozinho ou com um amigo antes de saber das corridas às noites de quarta-feira. Hoje é um dos voluntários que levanta o balão e serve de guia para as centenas de pessoas que o seguem pelo centro histórico ou pelas margens do rio Lis. “Há muita gente que não se via há muito tempo e que se encontrou aqui. E outros, pelos grupos que se formaram entretanto, já se organizam para irem correr em outros dias, quando muitas vezes corriam sozinhos”, frisou.

Durante o Verão, as corridas e caminhadas foram engrossadas pelo contingente de emigrantes portugueses, de férias na região, mas também por estrangeiros e turistas que eram encaminhados pelos hotéis. “É a prova de que praticamente sem custos, apenas com uma ideia simples, podem ser feitas coisas boas para a cidade e para as pessoas”, afirmou Luís Serafim, admitindo a possibilidade de se registar uma diminuição de participantes nos próximos tempos, com as descidas de temperaturas e com o início do ano lectivo nas escolas.

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