Maestro Rui Massena vai fazer o espectáculo de abertura do regressado festival de Vilar de Mouros

O “Woodstock português” vai ser relançado pela Associação dos Amigos dos Autistas, com novo conceito: mais familiar e ligado a uma causa social.

Foto
Rui Massena foi responsável pela promação da área da Música na Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura Rui Farinha/Arquivo

Oito anos depois da última edição, o festival de Vilar de Mouros tem regresso marcado para o Verão de 2014, com o espectáculo de abertura a cargo Rui Massena, o maestro que esteve ligado à programação musical de Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012.

O convite partiu da AMA (Associação dos Amigos dos Autistas), à qual foi entregue, pela Câmara de Caminha e pela Junta de Freguesia de Vilar de Mouros, até 2017, a organização do festival que nasceu em 1971, pela mão do médico António Barge, numa edição que contou, com Elton John e Manfred Mann.

O presidente da Instituição Particular de Solidariedade Social com sede em Viana do Castelo, Marco Reis, explicou nesta terça-feira, em conferência de imprensa, que “a importância e a carga histórica” do festival (onde actuaram os U2, em 1982) “mereciam uma abertura nobre”. “Lançámos o desafio ao maestro Rui Massena e ele garantiu-nos que será um momento tão bom ou melhor do que aconteceu em Guimarães”, disse, adiantando que o maestro vai contar em palco com “alguns convidados”, que se recusou a revelar.

Relativamente ao cartaz, Marco Reis afirmou que os nomes das bandas para “todas as idades” que irão passar pelos dois palcos do recinto, um deles o histórico “palco do Largo do Casal”, serão revelados até final de Outubro, mês em que serão postos à venda os primeiros bilhetes.

Sobre o investimento implicado na reedição do festival, o dirigente da AMA escusou-se a avançar números, por estarem ainda a decorrer negociações com patrocinadores. O município de Caminha não apoia financeiramente o relançamento do evento. “Achamos obsceno que, numa altura em que há pessoas a passar fome, as autarquias paguem milhares de euros para festivais de música. Por isso, não pedimos nada à câmara, em termos financeiros”, sublinhou Marco Reis.
O protoloco assinado recentemente entre a AMA, a Junta de Vilar de Mouros e a Câmara de Caminha prevê a disponibilização de terrenos e apoios logísticos ao evento por parte das duas autarquias.

Marco Reis, que fundou a AMA em 2008, ele próprio pai de uma criança autista de 8 anos, reconheceu que a instituição não tem qualquer experiência na organização de festivais, mas garantiu que se rodeou “das melhores pessoas” da área para apoiarem a instituição na montagem do evento.

Com as verbas angariadas através da organização do festival, a AMA pretende construir o edifício multifuncional que projectou para Viana do Castelo, para reforçar a capacidade de resposta que actualmente já chega a 150 famílias do distrito e também de Barcelos e Esposende. O equipamento, que será o primeiro no país pensado de raiz para servir a população com autismo e que incluirá lar residencial, está orçado em 3,5 milhões de euros.

Sugerir correcção
Comentar