Portugal tem a sexta taxa de mortalidade infantil mais baixa da UE

Segundo relatório da Comissão Europeia, portugueses têm uma esperança de vida saudável abaixo da média comunitária.

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Em Portugal, a esperança de vida para as mulheres é de 58,7 anos Nelson Garrido

Portugal tem a sexta taxa de mortalidade infantil mais baixa da União Europeia, segundo um relatório publicado nesta segunda-feira pela Comissão Europeia. Entre 2001 e 2011, o país passou de uma média de cinco mortes por cada 1000 nados-vivos para 3,1. A média portuguesa não apresenta, no entanto, tão bons resultados quando se fala de esperança de vida saudável. Está na 22ª posição entre os 27 estados-membros e abaixo da média europeia - a Croácia ainda é incluída neste estudo.

O relatório sobre as desigualdades na saúde na União Europeia indica que a média entre os 27 no que diz respeito à mortalidade infantil caiu de 5,7 mortes por cada 1000 nados-vivos para 3,9 em dez anos, o que coloca Portugal na sexta posição dos países com menos mortes infantis, lugar partilhado com Espanha e Chipre.

Os últimos dados sobre a taxa de mortalidade infantil avançados pela Comissão Europeia referem-se a 2011, mas a base de dados Pordata, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, apresenta já a média portuguesa relativa a 2012 e situa-a em 3,4.

O país entre os 27 com a taxa de mortalidade infantil mais baixa é a Suécia (2,1). No fim da lista está a Roménia, onde em 2011 ocorria uma média de 9,4 mortes infantis por cada 1000 nados-vivos. Apesar de elevado, a Roménia conseguiu reduzir para cerca de metade o valor que apresentava em 2001 (18,4). A redução mais acentuada coube, no entanto, à Estónia que em dez anos diminuiu em 71,6% a sua taxa.

“Em 2001, o risco de uma criança morrer com menos de um ano de idade era cinco vezes maior no Estado-membro com a taxa de mortalidade infantil mais elevada do que naquele com a mais baixa, enquanto em 2011 esse risco caiu para quatro vezes”, aponta o documento.

Quanto à esperança de vida saudável, Portugal estava na 22ª posição em 2011, com os homens a poder ter 60,7 anos de vida saudável e as mulheres 58,7 anos, ambos valores abaixo da média dos 27: 61,8 e 62,2 anos, respectivamente.

No topo dos países da União Europeia onde os homens podem viver saudáveis mais anos está a Suécia, com uma esperança de vida de 71,1 anos, mais que o pior classificado, a Eslováquia, que reduz a média para 52,1 anos. No caso das mulheres, é Malta o melhor país, com uma média de 70,7 anos de esperança de vida saudável. A Eslováquia volta a apresentar os piores resultados para o sexo feminino (52,3).

O relatório sublinha que quando se analisam os dados relativos à esperança de vida saudável nos homens foi verificada uma diferença de 19 anos entre os valores mais baixos e mais altos na União Europeia em 2011. No caso das mulheres, essa diferença ficou-se pelos 18,4 anos.

Para a Comissão Europeia, as disparidades que existem entre países devem-se sobretudo às diferenças nas “condições de vida e factores como o rendimento, níveis de desemprego e de educação”. “O relatório encontrou muitos exemplos de associações entre factores de risco para a saúde, incluindo o tabaco e a obesidade, e circunstâncias sócio-económicas”.

Segundo o comissário europeu para a Saúde, Tonio Borg, “as desigualdades na saúde em termos de esperança de vida e em particular de mortalidade infantil foram reduzidas significativamente na União Europeia nos últimos anos” e isso é “encorajador”. No entanto, o responsável sublinha o compromisso europeu “deve ser firme, a fim de colmatar as lacunas continuadas na saúde entre grupos sociais e entre regiões e Estados-membros”, como indica o relatório agora apresentado. Para Borg, “superar as desigualdades na saúde em toda a Europa deve continuar a ser uma prioridade a todos os níveis".

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