Madeira investe 3,5 milhões de euros para controlar nemátodo do pinheiro

Governo Regional quer intervir nos cerca de sete mil hectares de pinheiro bravo da ilha.

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Governo regional vai erradicar todas as árvores secas e doentes Miguel Madeira/Arquivo

A Madeira vai iniciar o corte das árvores atingidas pelo nemátodo do pinheiro e a colocação de armadilhas para insectos, estando prevista a intervenção nos cerca de sete mil hectares de pinheiro bravo da ilha. Segundo o director regional de Florestas, Rocha da Silva, está previsto o investimento de 3,5 milhões de euros.

Rocha da Silva explicou que a primeira intervenção, a executar ainda este ano nos concelhos da Calheta e Câmara de Lobos, “abarcará cerca de 360 hectares”, com um custo de 240 mil euros, e “prevê a erradicação de todas as árvores secas e doentes e a respectiva limpeza dos desperdícios sobrantes desse corte”.

“Todo esse material recolhido tem que ser queimado ou, se houver algum que possa ser transformado, tem que ir para unidades de tratamento devidamente certificadas”, afirmou o responsável. No entanto, o mais provável é que a madeira não possa ser transformada devido ao seu estado de degradação, resultante também dos incêndios.

À primeira intervenção sucederão outras, em 2014, noutros concelhos da ilha. Os projectos no âmbito da erradicação do nemátodo do pinheiro para esse ano a aguardar aprovação do Programa de Desenvolvimento Rural para a Região Autónoma da Madeira envolvem quase meio milhão de euros.

Estas e outras iniciativas fazem parte do Plano de Acção para Controlo do Nemátodo da Madeira do Pinheiro, que representa um investimento de 3,5 milhões de euros. Este é o valor calculado para a monitorização e controlo da doença no arquipélago, trabalhos que começaram em 2009 quando foi detectado o primeiro foco, disse Rocha da Silva à agência Lusa.

“Se para o primeiro corte sistemático vamos gastar 240 mil euros em 360 hectares, facilmente em sete mil hectares chegaremos aos quatro milhões de euros”, acrescentou, sublinhando que “todas as acções previstas são candidatadas a fundos europeus”.

O plano contempla, além de medidas de apoio à investigação científica, de extensão florestal ou de apoio à indústria, um conjunto de acções de âmbito fitossanitário, onde se inclui o abate de árvores ou a colocação de armadilhas.

No caso das armadilhas, considera-se que a sua utilização “contribuirá decisivamente para a diminuição das populações do insecto vector”, sendo, neste caso, “uma das apostas prioritárias de actuação” no controlo da doença. Globalmente, na região estão colocadas 150 armadilhas.

O tratamento preventivo do nemátodo, através do método de microinjecção de produtos agroquímicos nas árvores, é outra das medidas fitossanitárias e permite que “o tratamento seja efectuado sem danificar as árvores, alcançando-se uma protecção de, pelo menos, dois anos consecutivos”.

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