Paulo Bento: "Nunca saímos verdadeiramente do jogo"

O seleccionador nacional considerou o triunfo português em Belfast justo.

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Bento diz que houve algum exagero na expulsão de Postiga Cathal McNaughton/Reuters

Paulo Bento reconheceu que a selecção portuguesa sofreu bastante na primeira parte e que, apesar de ter estado a perder, nunca deixou de estar na luta pelo resultado.

“A primeira parte foi muito dentro do que perspectivávamos, com um futebol muito directo do adversário, tentando colocar a bola na área com passes mais longos e nós com mais dificuldade em fazer circular a bola. Na primeira parte, com o terreno mais seco, não nos foi permitido circular bola mais rapidamente e isso criou-nos algumas dificuldades. Parece-me que o resultado ao intervalo, fruto da eficácia das duas equipas, era aceitável. Conseguimos marcar na primeira oportunidade e adversário também. A segunda parte não começou tão bem como desejávamos, com um golo sofrido em situação irregular e voltar a estar em igualdade numérica foi importante e permitiu-nos criar mais situações de finalização e dominar o jogo. No final, foi uma vitória completamente justa. Gerimos melhor o jogo na segunda parte do que na primeira.”

“Cristiano Ronaldo jogou com sacrifício e com algumas queixas. Para nós foi importante ter feito golos. É um jogador que tem tido um rendimento muito bom na selecção nacional e é neste momento o segundo melhor marcador. Estou muito satisfeito por ter feito três golos, mas também por termos marcado quatro e conquistado os três pontos. Tenho tido da parte dos jogadores o que é essencial: compromisso com uma ideia que queremos transpor para o terreno de jogo e a forma de abordar a competição. É normal que nem sempre o consigamos fazer da melhor maneira, mas é o espírito competitivo, o carácter dos jogadores, aliado à sua qualidade que nos permite virar resultados como hoje e continuar o nosso caminho rumo ao Brasil, em 2014.”

“Nunca saímos verdadeiramente do jogo. Não houve nenhum momento do jogo em que estivéssemos fora de o podermos disputar. O contexto da primeira e segunda partes fizeram-nos abordá-lo de maneira diferente. Estivemos sempre com possibilidade de virar o resultado e depois em igualdade e superioridade numérica gerimo-lo bem. Mesmo no melhor período da Irlanda, quando estávamos em inferioridade numérica, não me lembro de situações de golo da Irlanda.”

“Os treinadores vivem o jogo com emoção e é normal existir algum stresse sobre todos nós, em determinados momentos, fruto da competitividade de cada jogo, mas há que tentar geri-lo da melhor maneira. Por muitos momentos que passemos, no final dos 90 minutos, é fundamental chegarmos ao fim do jogo de consciência tranquila que proporcionamos aos nossos jogadores as condições para ganhar. Se sou um treinador satisfeito, feliz? É evidente. Ganhou a nossa selecção, o nosso país. Estou, acima de tudo, satisfeito o orgulhoso pela qualidade e talento ao meu dispor e pelo carácter dos jogadores. Mas o nosso caminho ainda vai ter de continuar a ser feito. Faltam seis pontos e em Alvalade e Coimbra espero contar com apoio dos portugueses como tivemos até aqui.”

“Fomos a equipa que mais quis ganhar, que mais dominou, que mais criou, frente a uma equipa que nos criou dificuldades. Ronaldo é realmente um jogador diferente. Tem um rendimento na selecção e clube reconhecido por todos. Nós, portugueses, e eu, enquanto seleccionador, ficamos orgulhosos por o termos connosco, ajudando-nos a resolver algumas situações mais difíceis. Apesar de ter feito três golos há que enaltecer que está rodeado de bons jogadores, de uma equipa que o ajuda a fazer a sua função. Penso que vai ser reconhecido como um dos melhores jogadores portugueses de todos os tempos.”

“[Sobre a expulsão de Hélder Postiga] Não vi o lance outra vez. Por aquilo que deu para me aperceber no terreno parece-me algo exagerada. Não me parece que haja uma agressão ou uma tentativa de agressão. É uma situação que acontece várias vezes dentro do jogo. Houve algum exagero, como outros do árbitro que nos fizeram sofrer um pouco mais”.

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