700 mil euros vindos do Fundo de Fomento Cultural garantem Cinemateca até ao final do ano

Secretaria de Estado libertou dotação excepcional à semelhança do que fizera para garantir financiamento em Junho e Julho

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Maria João Seixas dirige a Cinemateca desde 2010 NUNO FERREIRA SANTOS

A Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema vai receber em quatro tranches mensais, entre Setembro e Dezembro, 700 mil euros para continuar a funcionar até ao final do ano, disse ao PÚBLICO a directora da instituição, Maria João Seixas. Essas verbas provêm, tal como aconteceu nos meses de Junho e Julho, de "dotações excepcionais" do Fundo de Fomento Cultural.

Maria João Seixas detalhou esta terça-feira os termos do despacho que, como a mesma anunciou ao PÚBLICO sexta-feira passada, garantiu que a Cinemateca continuasse a funcionar em termos de tesouraria neste mês de Setembro depois de um aperto financeiro que se agudizou em Agosto.

"Não sabemos ainda o valor de cada tranche, mas vamos conseguir funcionar assim", diz Seixas. "A Cinemateca pode funcionar com pouco, com nada é que não pode." Confirmando que a verba, tal como aconteceu em Junho e Julho provém do Fundo de Fomento Cultural, Maria João Seixas precisou que já está a "remonetizar tudo com as chefias" dos vários serviços da Cinemateca e anunciou que vai procurar "apoios mecenáticos" para complementar as verbas agora disponibilizadas pela Secretaria de Estado da Cultura. "Estamos cheios de ânimo."

Sobre 2014 e o que o futuro poderá reservar para a instituição, cujo financiamento provém na sua maioria de 20% das receitas obtidas com o pagamento por parte dos anunciantes de uma taxa de 4% sobre a exibição de publicidade nos canais de televisão, a responsável disse apenas que já foi apresentada à tutela "as previsões" do orçamento. Mas quanto a uma alteração do modelo de financiamento da Cinemateca Portuguesa, que abarca o mais valioso arquivo de cinema português, o ANIM, Maria João Seixas não quis fazer comentários.

Na sequência da denúncia, a 20 de Agosto, da situação de impasse financeiro da instituição que ameaçava deixar a Cinemateca sem condições para funcionar neste mês de Setembro - em que se encontra de portas abertas e com a programação, ainda que sob o signo da crise, em campo -, várias personalidades do cinema português defenderam a necessidade de alterar o modelo de financiamento daquele organismo público.

O Partido Socialista disse ao PÚBLICO na sexta-feira estar a preparar um projecto de resolução que visa levar a debate no Parlamento, antes da discussão do Orçamento de Estado para 2014 o modelo de financiamento da Cinemateca.
 
 
 
 

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