Irão faz "aviso sério" contra intervenção militar na Síria

Teerão e Pequim renovam críticas a possível intervenção militar após declarações de Washington de que haverá "consequências".

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Familiar com criança vítima de ataque químico AFP

O Irão disse esta terça-feira que uma intervenção militar estrangeira na Síria teria consequências alargadas, enquanto a China acusou os países ocidentais de procurarem um pretexto para atacar.

As declarações foram feitas depois de o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, ter afirmado que o regime do Presidente Bashar al-Assad era responsável pelo uso de armas químicas da semana passada e que o ataque não ficaria sem consequências.

O Irão apoia Assad contra os rebeldes e apoia ainda o movimento xiita libanês Hezbollah, que tem enviado combatentes para litar ao lado das forças de Assad, e que foi creditado com a viragem da situação no terreno a favor das forças do regime contra os rebeldes.

“Queremos deixar um aviso forte contra qualquer ataque militar na Síria. Haverá certamente consequências perigosas para a região”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araqchi.

A China também classificou um ataque como perigoso e irresponsável, e um artigo de opinião em inglês na agência oficial Xinhua lembrava que a guerra no Iraque começou com falsas alegações norte-americanas em relação a armas de destruição maciça. “A retórica [dos EUA], assim como a recente onda de consultas entre Washington e os seus aliados, indica que já puseram a flecha no arco e que irão disparar mesmo sem um mandato da ONU”.

A Rússia, pelo seu lado, lamentou o adiamento de um encontro previsto para esta quarta-feira em Haia com diplomatas dos EUA para preparar uma conferência internacional de paz sobre a Síria, sublinhando que a decisão foi tomada pelos EUA “unilateralmente”.

Já uma conferência de paz internacional, planeada para Genebra, está também fora de questão após o ataque químico da semana passada, disseram membros da oposição, que se reuniram em Istambul “Este encontro era para falarmos sobre Genebra mas recusamo-nos a falar sobre Genebra depois do que aconteceu”, disse o secretário-geral da Coligação Nacional Síria, Badr Jamous. “Temos de punir o ditador, Bashar o Químico, e depois poderemos discutir Genebra.”

 
 

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