Incêndio em Góis queimou mais de 1200 hectares

Chamas causaram prejuízos a 55 das 60 famílias residentes nas zonas mais afectadas, segundo a autarquia.

Foto
Incêndio foi um dos piores dos últimos 25 anos Adriano Miranda/Arquivo

O incêndio que lavrou na terça e na quarta-feira no concelho de Góis (Coimbra), consumindo uma área superior a 1200 hectares, causou prejuízos a 55 das 60 famílias residentes nas aldeias mais afectadas, disse à Lusa a presidente da câmara, Lurdes Castanheira.

Segundo a autarca, foram destruídas 14 instalações agrícolas, dois automóveis ficaram queimados, arderam 265 colmeias, bem como vários sistemas de rega e materiais de construção. As chamas destruíram também quatro casas de habitação secundária, sendo que uma delas se destinava a turismo rural.

No levantamento efectuado pelos serviços camarários, estão contabilizados 1108 hectares de mato, pinhal e eucaliptal queimados, mais 24 hectares de produções agrícolas e 144 hectares de terrenos não cultivados.

Além disso, acrescentou a autarca, há a contabilizar 20 sinais de identificação de localidade e de trânsito destruídos, bem como tubagem da rede pública de abastecimento de água.

O levantamento das perdas causadas pelo fogo começou na quarta-feira em três das aldeias mais fustigadas - Roda Cimeira, Roda Fundeira e Relva da Mó - e terminou na sexta-feira ao final da tarde.

“É um mar de cinzas e a população idosa está com vontade de não ficar nas aldeias, pelo que a autarquia vai ter de intervir de forma diferente para conseguir convencer e criar melhores condições para que as pessoas não saiam”, salientou Lurdes Castanheira.

A presidente do município de Góis não excluiu a hipótese de a câmara criar uma equipa de apoio para os mais idosos e avançar com uma nova área de cultivo agrícola.

De acordo com a autarca, este é um dos maiores incêndios que fustigaram o concelho nos últimos 25 anos, só comparado com o de 1995, no qual se registaram casas de habitação destruídas, tendo sido necessário realojar pessoas.

No município ainda estão 29 soldados do Exército em missões de patrulhamento, embora 22 elementos do contingente só permaneçam até ao final deste fim-de-semana, enquanto os restantes sete vão manter-se até ao dia 30.

Sugerir correcção
Comentar