PS rejeita “atestados de menoridade” a trabalhadores da RTP/Porto

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A distrital do PS no Porto pediu hoje um reforço do Centro de Produção Norte da RTP e considerou “intolerável a passagem de atestados de menoridade” aos trabalhadores, questionando a administração sobre o futuro daquela estrutura.

Em comunicado, a distrital socialista lamentou que, depois de ter sido dito que a produção do segundo canal da RTP iria passar para o Centro de Produção Norte, “muito pouco desta anunciada decisão teve repercussão prática”, pelo que questionou a administração da empresa e o Governo sobre a razão da “subvalorização deste polo da RTP”.

“Dando corpo a esta preocupação generalizada, sentida diariamente pelos profissionais que todos os dias dignificam o Centro de Produção da RTP Porto, o Partido Socialista e, em particular, a Federação Distrital insistem na definição de um papel mais reforçado e mais lato para a RTP Porto, considerando intolerável a passagem de atestados de menoridade aos profissionais da casa e, consequentemente, à região em que estão inseridos e a que dão voz”, acrescentou a distrital.

Numa entrevista publicada na edição desta semana da revista Notícias TV, o director de programas da RTP, Hugo Andrade, afirmou que “as características das equipas do Porto são executivas e não criativas” e que “há muitos programas a serem feitos no Porto. Podem não ser tão estimulantes ou tão engraçados e há muito programa em pré-produção”.

“A apreensão face à passividade, demora e até a declarações de um alto responsável da televisão pública sobre o destino, a curto e médio prazo, do Centro de Produção da RTP Porto torna a situação cada vez mais frágil, temendo-se, legitimamente, mais duros golpes na actividade diária deste polo insubstituível da voz de uma região, de territórios cada vez mais delapidados e, diríamos, abandonados pelo poder central”, refere o PS/Porto.

Em meados de Julho, a Subcomissão de Trabalhadores da RTP/Porto mostrou-se apreensiva face ao futuro, lamentando que as “promessas” da administração não se tenham concretizado, enquanto a empresa disse manter-se comprometida com o Centro de Produção do Norte.

Num comunicado intitulado “Promessas de inverno, amores de verão”, os trabalhadores da RTP/Porto lembraram que, na sequência da transferência da produção do programa “Praça da Alegria” para Lisboa, a administração da estação pública fez “uma série de promessas”, entre as quais que “a produção própria para a RTP2 seria integralmente assegurada a partir do Porto”, algo que na realidade actual, segundo a Subcomissão de Trabalhadores, se encontra “entre o quase nada e o muito pouco”.

Também em Julho, fonte oficial da RTP afirmou, em resposta escrita enviada à Lusa, que a empresa “mantém a aposta e o compromisso em relação à RTP/Porto” e que se está “a trabalhar no sentido de valorizar e rentabilizar as instalações”, por acreditar “firmemente na importância, capacidade e competências das equipas” da estação pública.

“O processo de reestruturação levado a cabo na RTP é de médio/longo prazo, pelo que muitas das medidas serão realizadas atempadamente, sempre que estejam reunidas as condições necessárias para o seu sucesso”, acrescentou fonte oficial da empresa.

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