Soldado Manning condenado a 35 anos de prisão pela maior fuga de informação

Acusação pedia 60 anos de cadeia para o soldado que passou informação para a Wikileaks.

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O soldado norte-americano à entrada para o tribunal Kevin Lamarque/Reuters

O soldado Bradley Manning foi condenado a 35 anos de prisão pela maior fuga de informação de sempre nos Estados Unidos. Poderá ter liberdade condicional após cumprir um terço da pena. A acusação pedia 60 anos de prisão, mas arriscava-se a uma pena máxima de 90 anos.

O soldado de 25 anos que passou para o site da Wikileaks perto de um milhão de telegramas diplomáticos norte-americanos e ficheiros do Departamento de Defesa sobre as guerras do Afeganistão e do Iraque será também expulso do Exército.

Os 1294 dias que já passou na cadeia, desde que foi preso em 2010, no Iraque, onde estava colocado, serão descontados à sentença. A defesa, no entanto, esperava que ele não tivesse uma sentença superior a 25 anos,diz o blogue Threat Level da revista Wired - o primeiro a publicar a história da detenção de Manning.

"Um sistema legal que não distingue entre fugas de informação para a imprensa, feitas no interesse do público, e traição ao país não só vai produzir resultados injustos como privar o público de informação vital para a democracia", comentou a União Americana para a Defesa das Liberdades Cívicas. 

Manning foi ilibado da acusação de “ajuda ao inimigo”, por terem sido disponibilizadas na Internet informações que poderiam ser eventualmente utilizadas pela Al-Qaeda, o que resultaria numa sentença de prisão perpétua. Mas foi considerado culpado de praticamente quase todas as outras acusações, ao abrigo da Lei da Espionagem, da Lei da Fraude e Abuso Informáticos, e do Código de Justiça Militar.

Inicialmente, enfrentava uma pena máxima de 136 anos, mas a juíza Denise Lind considerou que Manning estava a ser acusado em excesso, e reduziu o veredicto máximo possível para 90 anos. A acusação pedia 60 anos.

A Amnistia Internacional apelou ao Presidente Barack Obama para que reduza a sentença. "Bradley Manning devia ser tratado com clemência, reconhecendo os motivos que o levaram a agir como agiu e a forma como foi tratado na detenção pré-julgamento", disse Widney Brown, desta organização que denuncia o cativeiro dos prisioneiros de consciência, citado pelo Guardian.
 
 

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