Secretário de Estado garante que a Cinemateca não vai fechar

Jorge Barreto Xavier não disse ainda como vai resolver os problemas de tesouraria que põem em risco o funcionamento da casa da Barata Salgueiro e do ANIM.

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O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier Nuno Ferreira Santos

O secretário de Estado da Cultura Jorge Barreto Xavier assegurou esta quarta-feira de manhã ao PÚBLICO que “a Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema e o ANIM não vão fechar”. A garantia veio num email curto sem quaisquer pormenores sobre os esforços que estão a ser feitos pela tutela para resolver o problema financeiro da Cinemateca de forma sustentada, duradoura.

A frase breve de Barreto Xavier é a resposta às declarações de Maria João Seixas, directora da Cinemateca, que disse na terça-feira à tarde que, por falta de dinheiro, aquela instituição corre o risco de suspender todas as suas actividades já em Setembro, incluindo as que passam pela preservação do património fílmico português através do Arquivo Nacional de Imagens em Movimento (ANIM).

Os problemas de tesouraria na Cinemateca devem-se a “quebras substanciais” nas verbas que lhe cabem da taxa de 4% paga pelos anunciantes sobre a publicidade que exibem na televisão, ao abrigo da Lei do Cinema, explicou Seixas. Essa taxa cria anualmente um montante que depois é investido nas mais diversas áreas do cinema e audiovisual em Portugal. À casa da Barata Salgueiro cabe 20% desse bolo – uma percentagem que tem “um peso muitíssimo superior a 50%” no orçamento geral da Cinemateca.

Em anos anteriores, acrescentou Maria João Seixas, a taxa representava um valor que “ultrapassava em muito os três milhões”, ao passo que este ano se estima que “não chegue sequer aos dois milhões”.

A Cinemateca alertou a Secretaria de Estado da Cultura para os problemas financeiros em Abril e Barreto Xavier acabou por garantir verbas extraordinárias do Fundo de Fomento Cultural em Junho e Julho (400 mil euros no total). Verba que já não chegou em Agosto.

Maria João Seixas disse ainda que o secretário de Estado tem acompanhado a situação na Cinemateca, mas que tem sido difícil conseguir mais verbas junto das Finanças. A directora acredita que o problema pode ser ainda resolvido até ao fim do mês. Se assim não for, diz, "tudo corre o risco de parar".
 
 

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