Partidos contam gastar cerca de 9,6 milhões na campanha autárquica, muito abaixo de 2009

PS prevê gastar 1,3 milhões de euros, CDU um pouco acima.

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Campanha de apelo ao voto nos Açores custa 72.400 euros Nuno Ferreira Santos

Os partidos prevêem gastar pouco mais de 9,6 milhões de euros na campanha para as autárquicas deste ano, valor claramente abaixo do orçamentado em 2009, quando as despesas estimadas por PS e PSD somavam mais de 50 milhões.

De acordo com os orçamentos de campanha entregues na Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP), entre a esquerda com representação parlamentar os orçamentos para as eleições de 29 de Setembro não apresentam grandes variações de valores, com os socialistas a preverem gastar 1,3 milhões de euros.

A coligação da CDU (PCP, Partido Ecologista "Os Verdes" e Intervenção Democrática) apresentou um orçamento um pouco superior, de 1,4 milhões de euros.

O Bloco de Esquerda, que nos documentos enviados para a ECFP não apresenta um orçamento global, preferindo a apresentação discriminada dos orçamentos para as campanhas dos 121 municípios onde concorre, estima gastar, segundo Pedro Soares, membro da comissão nacional autárquica, cerca de um milhão de euros.

O PSD e o CDS-PP apresentam orçamentos claramente abaixo destes números, 395 mil euros e 98 mil euros, respectivamente, mas estes valores não são directamente comparáveis com os dos restantes partidos, uma vez que não incluem os municípios onde concorrem em coligação.

Assim, nas campanhas para os 77 municípios onde sociais-democratas e democratas-cristão concorrem em coligação, os dois partidos prevêem gastar perto de 2,3 milhões de euros.

Para os 15 municípios onde a coligação PSD/CDS-PP concorre também aliada a outras forças políticas mais pequenas o orçamento é de cerca de 1,5 milhões de euros.

Entre estes 15 municípios está a câmara de Lisboa, onde o orçamento da coligação PSD/CDS-PP/MPT é de 343 mil euros.

Para os municípios onde o PSD concorre em coligação, mas sem o CDS-PP, o orçamento é de cerca de 911 mil euros. Para os municípios onde o CDS-PP concorre em coligação, mas sem os sociais-democratas, o orçamento apresentado é de cerca de 55 mil euros.

O PS só irá concorrer em coligação para os municípios do Funchal e de Câmara de Lobos, tendo apresentado um orçamento para essas duas campanhas de 250 mil euros.

Entre os partidos sem representação parlamentar que concorrem às autárquicas, o que prevê gastar mais é a Nova Democracia (PND), com 40.000 euros apenas destinados a um município (Sintra), a que se somam duas coligações com o Partido Popular Monárquico (PPM) e o Partido Pro Vida (PPV), em Cascais e Lisboa, campanhas onde os três partidos se associam a movimentos de cidadãos e prevêem gastar no total quase 300 mil euros.

Seguem-se o Partido pelos Animais e pela Natureza (PAN) , que estima despesas na ordem dos 30 mil euros, e o Partido Trabalhista Português (PTP), que conta gastar 29.500 euros nas autárquicas de 29 de Setembro, concentrando grande parte das despesas nos cinco municípios a que concorre na Madeira.

Já o Movimento Partido da Terra (MPT) conta gastar 21.900 euros, segue-se o PPM (10.680 euros), o PCTP-MRPP (7500 euros), o Partido Nacional Renovador (PNR), com 6660 euros de despesas previstas, e o PPV, que estima gastar 3000 euros na única campanha autárquica a que concorre sozinho (Faro) e igual valor em coligação com o PPM em Guimarães.

Em 2009, o PS apresentou um orçamento de 30,5 milhões de euros para a campanha das autárquicas, enquanto o orçamento global do PSD só para os municípios em que concorreu sozinho era de 21,9 milhões de euros.

De acordo com os orçamentos de campanha então entregues na Entidade das Contas e Financiamentos Políticos, só o conjunto dos partidos com assento parlamentar mais a CDU (PCP/PEV/ID) estimavam gastar mais de 66,1 milhões de euros.

A CDU (PCP/PEV/ID) contava gastar 10,2 milhões de euros nas autárquicas, enquanto o BE e o CDS-PP estimavam gastar cerca de 1,9 milhões de euros cada um.

No site da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos estão igualmente disponíveis os orçamentos das campanhas das candidaturas apresentadas por movimentos de cidadãos.

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