Advogado diz que Mubarak deve ser libertado esta semana

Antigo ditador foi condenado a prisão perpétua em Julho do ano passado, mas está à espera de uma repetição do julgamento.

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Mubarak Gianluigi Guercia/AFP

As autoridades judiciais egípcias ordenaram a libertação de Hosni Mubarak e o seu advogado acredita que o ditador deposto em Fevereiro de 2011 pode sair da prisão esta semana.

Só falta um procedimento administrativo que não devia durar mais de 48 horas. Deveria ser libertado no final da semana”, disse esta segunda-feira de amanhã Farid el-Deeb, advogado de Mubarak.

O homem que esteve à frente dos destinos do maior país árabe durante três décadas enfrenta uma série de acusações de corrupção e aguarda pela repetição do julgamento em que é acusado de cumplicidade na morte de 846 pessoas nas manifestações pacíficas que forçaram a sua queda, há dois anos e meio.

Mubarak foi condenado em Junho do ano passado a prisão perpétua por não ter travado estas mortes às mãos da polícia. Tanto a defesa como a acusação recorreram, mas o ex-Presidente pode aguardar pelo novo julgamento em liberdade. Entretanto, expirou o prazo de prisão preventiva correspondente ao processo por corrupção.

Falta uma confirmação oficial desta libertação – os media estatais citam responsáveis de segurança não identificados a admitirem que Mubarak sairá em liberdade. Mas apesar das afirmações da sua equipa de defesa é possível que as autoridades tentem encontrar uma forma de o manter detido.

Tora, prisão dos arredores do Cairo onde Mubarak ainda se encontra, é onde se estão agora alguns dos principais dirigentes da Irmandade Muçulmana, detidos às ordens do Exército.

O movimento continua na rua a protestar contra o derrube de Mohamed Morsi, o primeiro Presidente escolhido em eleições livres no Egipto, deposto pelos militares no dia 3 de Julho. Morsi também está detido.

Desde quarta-feira, dia em que os militares dispersaram pela força as concentrações de protesto da Irmandade no Cairo, pelo menos 850 pessoas morreram no país. A maioria eram apoiantes de Morsi e da Irmandade; dezenas eram polícias e soldados.

 

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