PS acusa movimento de Isaltino de “enganar” Oeiras para “sobreviver no poder”

Independente Paulo Vistas entregou candidatura a Oeiras e Isaltino encabeça a lista para a Assembleia Municipal.

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Paulo Vistas lidera o movimento Oeiras Mais à Frente José Sarmento Matos

O candidato do PS à Câmara de Oeiras acusou nesta sexta-feira o movimento Isaltino, Oeiras Mais à Frente de “enganar” os munícipes por incluir Isaltino Morais como líder da lista à Assembleia Municipal quando a lei o impede de exercer cargos autárquicos por estar preso.

“O que este movimento independente pretende com esta candidatura é explorar até ao limite uma relação afectiva de muitos munícipes de Oeiras com o seu anterior presidente para tentar a todo o custo sobreviver no poder”, acusou o socialista Marcos Sá, em conferência de imprensa. A política, defendeu, deve respeitar os princípios da “verdade, responsabilidade e credibilidade”, mas a candidatura de Isaltino Morais à Assembleia Municipal de Oeiras “é a negação total destes princípios”.

“Este movimento independente quer enganar os munícipes de Oeiras”, acusou Marcos Sá, justificando que é do conhecimento público que Isaltino Morais “não poderá exercer funções como presidente da Assembleia Municipal por estar em cumprimento de uma pena de prisão”. O socialista disse mesmo que “os problemas de Justiça” de Isaltino, cujo processo se arrastou anos pelos tribunais com quase cinco dezenas de recursos, “tiveram implicações graves na reputação e na imagem” do município de Oeiras.

Além de Marcos Sá para a liderança da câmara, o PS candidata à presidência da Assembleia Municipal de Oeiras o ex-secretário-geral da UGT, João Proença, que também pertence ao Secretariado Nacional dos socialistas.

Paulo Vistas, que substituiu o ex-presidente à frente da autarquia quando este foi preso no final de Abril, lidera o movimento independente fundado por Isaltino em 2009. Entregou nesta sexta-feira à tarde no Tribunal de Oeiras o dossier de candidatura às eleições autárquicas de 29 de Setembro. À saída, confirmou a candidatura de Isaltino à presidência da Assembleia Municipal, como fora tornado público há duas semanas. Na altura, Paulo Vistas disse esta era uma “forma de reconhecimento pela obra feita no município” por Isaltino, que classificou mesmo como o “melhor autarca do país”.

Questionado pelos jornalistas sobre como poderá Isaltino exercer o mandato se for eleito, uma vez que está preso e a Lei Eleitoral Autárquica, ainda que admita a candidatura, proíbe o exercício de funções autárquicas a quem tiver sido condenado por sentença transitada em julgado e esteja preso, Paulo Vistas respondeu esperar que a justiça encontre uma solução.

“Acredito que a justiça terá mecanismos para salvaguardar estas questões. Sei que pode ser candidato, agora como é que irá desempenhar o cargo de presidente da Assembleia Municipal isso é um assunto que diz respeito aos tribunais e aos serviços prisionais. Portanto, não me pronuncio sobre questões da justiça”, afirmou citado pela Lusa.

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