Incêndio em Moimenta da Beira dominado ao fim de mais de 20 horas

Danos vão começar a ser contabilizados nesta sexta-feira. Fogo chegou a ter duas frentes e a ser combatido por quase 400 bombeiros, mas foi controlado às 10h23.

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Num outro incêndio, cinco bombeiros ficaram feridos Vasco Célio/arquivo

O incêndio que deflagrou na quinta-feira numa zona de floresta do concelho de Moimenta da Beira, distrito de Viseu, e que estava a ser combatido por quase 400 bombeiros foi dominado ao fim de mais de 20 horas.

O fogo deflagrou às 13h35 de quinta-feira numa área de floresta da localidade de Castelo, concelho de Moimenta da Beira, e mantinha duas frentes activas nesta madrugada, segundo a informação disponível no site da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

Contudo, o incêndio acabou por ser dominado às 10h23 desta sexta-feira, mas os bombeiros “têm ainda muito trabalho pela frente”, disse à agência Lusa o segundo comandante operacional distrital. “O incêndio está dominado, mas ainda teremos muitas horas de trabalho para consolidar a situação, em terrenos muito difíceis e muito íngremes”, explicou Henrique Pereira.

No local, estão ainda 397 operacionais (302 dos quais bombeiros), apoiados por 81 veículos, dois helicópteros bombardeiros e dois aviões bombardeiros - essenciais para combater uma das frentes de mais difícil acesso.

Durante a madrugada, com a descida da temperatura o trabalho dos bombeiros ficou mais facilitado, mas alguns bens foram destruídos.

De acordo com o segundo comandante distrital dos bombeiros de Viseu, o incêndio foi combatido ainda com o apoio de dois pelotões militares, vários grupos de reforço de Coimbra, Guarda, Porto e Aveiro, dois helicópteros Kamov e dois avões anfíbios, sedeados em Vila Real. <_o3a_p>

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Moimenta da Beira, José Eduardo Ferreira, disse que vai “começar a fazer uma avaliação aos prejuízos que ocorreram”, não podendo ainda adiantar “nenhum valor” concreto. “Posso dizer que [os prejuízos] são muito significativos, porque há uma série de culturas que foram afectadas e há algumas famílias cujos bens foram muito significativamente destruídos, até, alguns deles, completamente destruídos”, descreveu.

Desde as 00h00 foram registados 12 incêndios no país, dos quais dois estavam ainda em curso na manhã de sexta-feira, segundo os dados da ANPC.

Na quinta-feira foram registadas 85 ocorrências, para as quais foram mobilizados 2964 bombeiros e 713 veículos. Numa delas, um incêndio em Miranda do Douro, dois bombeiros ficaram feridos com gravidade e foram transportados de helicóptero para o Hospital de São João, no Porto. Houve mais três bombeiros feridos, mas com menor gravidade. Os efectivos foram surpreendidos numa mudança brusca de vento e ficaram encurralados no meio do fogo, entre Cicouro e São Martinho de Angeira, junto à fronteira com Espanha.

Risco máximo de incêndio em 17 concelhos

Nesta sexta-feira há 17 concelhos da Guarda, Viseu, Castelo Branco, Coimbra, Santarém e Faro com risco máximo de incêndio, segundo informação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De acordo com o IPMA, em risco máximo de incêndio estão os concelhos de Monchique (Faro), Mação e Sardoal (Santarém), Vila de Rei, Sertã e Oleiros (Castelo Branco), Pampilhosa da Serra e Góis (Coimbra), Sabugal, Gouveia, Fornos de Algodres, Celorico da Beira, Trancoso e Aguiar da Beira (Guarda) e Sernancelhe, Moimenta da Beira e Tarouca (Viseu).

O risco de incêndio determinado pelo IPMA engloba cinco níveis, variando entre reduzido e máximo. O cálculo é feito com base nos valores observados às 13h00 de cada dia da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação ocorrida nas últimas 24 horas.

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade no litoral oeste até ao fim da manhã e possibilidade de ocorrência de períodos de chuva fraca ou chuvisco a norte do Cabo Carvoeiro até ao fim da manhã.

Prevê-se também vento fraco, tornando-se moderado do quadrante oeste a partir do início da tarde, soprando por vezes forte no litoral oeste a sul do Cabo de Sines e nas terras altas, pequena descida temperatura mínima e máxima, em especial nas regiões do interior. Na Madeira prevê-se céu pouco nublado e vento fraco e nos Açores céu com períodos de muito nublado e vento moderado.

Quanto às temperaturas, em Lisboa prevê-se uma máxima de 26 graus Celsius, no Porto 22, em Faro 32, Beja 30, Évora 31, Castelo Branco 29, Funchal 25, Angra do Heroísmo e Santa Cruz das Flores 24 e Ponta Delgada 23.

Acompanhe o trabalho especial do PÚBLICO sobre incêndios e florestas e consulte as previsões do site de meteorologia do PÚBLICO.
 
 

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