PS seria “mesquinho” se não contribuísse para resolver problemas do país, diz PSD

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Luís Montenegro Rui Gaudêncio/Arquivo

Foi um longo esforço de 14 minutos de apelo constante ao diálogo, aquele a que se dedicou o líder parlamentar do PSD na sua intervenção durante o debate da moção de confiança que o Parlamento discutiu (e aprovou) nesta terça-feira à tarde.

Luís Montenegro deu todas as justificações possíveis para mostrar a necessidade de o PS participar num diálogo activo com o Governo e numa espécie de “compromisso nacional” que todos devem procurar. Chegou mesmo a deixar no ar uma espécie de “cenoura”, ao lembrar que mais ano, menos ano, o PS voltará ao poder.

“A oposição de hoje que quer ser Governo amanhã precisa de compreender que os compromissos que conseguirmos firmar são já a base da sua hipotética governação no futuro”, disse o líder parlamentar social-democrata. “Permitam-me mesmo que o diga: seria redutor para não dizer mesquinho que quem aspira a governar o país não começasse já na oposição a contribuir para resolver verdadeiramente os problemas do país.”

Até porque, disse Luís Montenegro um pouco antes, “se os políticos não são capazes, mesmo assumindo as suas diferenças, de confiar no país que governam, nas potencialidades humanas e económicas do seu povo e das suas estruturas, não são dignos de conduzir os destinos do país”.

O líder da bancada do PSD argumentou que defender o interesse nacional “não apaga nem é incompatível com o interesse parcelar dum partido político”, e que “uma oposição não deixa de se poder afirmar, de apresentar as suas alternativas pelo facto de convergir ou de se aproximar da maioria em questões essenciais”. Por isso mesmo, a maioria garante, nas palavras de Montenegro, estar “disponível” e de “boa-fé no propósito de não desperdiçar qualquer hipótese ou oportunidade de diálogo que se abra no debate político”.

O líder da bancada social-democrata reconheceu as “dificuldades que o Governo enfrentou internamente”, mas a moção de confiança desta terça-feira também mostra como o executivo e a maioria estão “coesos, confiantes e abertos ao diálogo político”. Mais: “Esta maioria não tem complexos. Não atira a toalha ao chão e assume com convicção e sem reservas o apoio à sua liderança e à sua firmeza como chefe do Governo."

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