Tempos de vacas magras para a criadora do FarmVille

Zynga mudou de director executivo e tem em curso um processo de despedimentos para tentar pôr a casa em ordem.

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A sede da Zynga, em São Francisco, nos EUA Justin Sullivan/Getty Images/AFP

Longe vão os tempos em que muitos utilizadores do Facebook passavam horas a cuidar de quintas virtuais e em que os restantes eram bombardeados com mensagens sobre vacas cor-de-rosa. A popularidade dos jogos da americana Zynga, de que o FarmVille e o MafiaWars são provavelmente os mais conhecidos em Portugal, tem estado em queda. Num ano, perderam 39% dos utilizadores activos, dentro e fora do Facebook.

A Zynga apresentou nesta semana resultados pouco animadores. As receitas no segundo trimestre do ano caíram 31%, para os 231 milhões de dólares (174 milhões de euros), face ao trimestre homólogo de 2012. Os prejuízos foram de 15,8 milhões de dólares, uma melhoria face aos 22,8 milhões de dólares de perdas do ano anterior. A empresa espera prejuízos entre os 14 e os 34 milhões de dólares no trimestre em curso.

Qualquer que seja a métrica para medir os utilizadores, o desempenho foi negativo, com perda de jogadores nas plataformas móveis, no Facebook e nos sites próprios. De acordo com os números do relatório trimestral, 187 milhões de pessoas jogaram títulos da Zynga pelo menos uma vez por mês no trimestre passado. Eram 306 milhões no segundo trimestre de 2012.

Os últimos meses têm sido agitados para a empresa, que está a tentar pôr a casa em ordem. No início do mês, o fundador Mark Pincus anunciou que seria substituído no cargo de director executivo pelo presidente da divisão de entretenimento da Microsoft (responsável pela consola Xbox), Don Mattrick. Pincus continuará no conselho de administração e terá ainda o cargo de director de produtos.

A empresa tem em curso um corte de 520 funcionários, correspondentes a 18% da força de trabalho. Também anunciou que iria desistir da ideia de jogos que envolvem dinheiro real (essencialmente, jogos de apostas online), uma actividade para a qual tinha pedido uma licença nos EUA, embora tenha ressalvado que está a estudar esta possibilidade no Reino Unido. A Zynga faz dinheiro sobretudo a vender itens virtuais dentro dos jogos, com 12% das receitas a serem geradas com publicidade.

A estratégia passa agora por investir nas plataformas móveis, onde estão 57 milhões dos jogadores da Zynga. No último trimestre, foram lançados seis jogos, cinco dos quais para aquele tipo de dispositivos.

Na sexta-feira, o dia seguinte à apresentação de resultados, as acções da Zynga no Nasdaq caíram 14%, para os 3,01 dólares, um terço do preço da estreia em bolsa, em Dezembro de 2011.
 

 

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