Operadora da central de Fukushima admite fuga de água radioactiva para o mar

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Imagem aérea do edifício do reactor 3 de Fukushima Reuters

A Tokyo Electric Power (Tepco), operadora da central nuclear de Fukushima, admitiu ter detectado, pela primeira vez, uma fuga de água radioactiva do porão da central para o mar, segundo a imprensa local.

“Queremos oferecer as nossas mais sinceras desculpas. Fizemos todo o possível para impedir que a água contaminada saísse para o exterior da central”, afirmou um porta-voz da empresa, em declarações citadas pelo diário Nikkei.

Apesar do anúncio, a Tepco considera que a quantidade de água radioativa que vazou para o mar é muito limitada, apontando que o derrame ocorreu na zona do porto situado em frente às unidades da central, isolada do mar aberto por vários diques que protegem a central.

Neste sentido, a eléctrica não espera que o derrame provoque um impacto significativo no meio ambiente.

A Tepco começou a suspeitar da possibilidade de fuga de água radioactiva depois de detectar líquido contaminado nos poços de observação.

No início deste mês, a Autoridade de Regulação Nuclear do Japão anunciou a “firme suspeita” de que água radioactiva concentrada nas caves da central nuclear estava a ser derramada no solo e no mar.

Actualmente, a principal preocupação no âmbito dos trabalhos de desmantelamento da central prende-se com a acumulação de água contaminada no subsolo dos edifícios que albergam os reactores nucleares, líquido que aumenta diariamente devido à infiltração de água subterrânea proveniente das zonas adjacentes.

Para isolá-la, a eléctrica conta, no interior do complexo nuclear, com cerca de 1000 contentores nos quais armazena esta água radioactiva, parte da qual utiliza, uma vez retirado o sal e as partículas radioactivas, para refrigerar os reactores.

Depois do acidente nuclear de Fukushima, em 2011 – o pior desde Chernobyl, em 1986 – cerca de 3500 funcionários lutam diariamente na central para dar por concluída a crise atómica, um trabalho que se estima que prolongue durante os próximos 30 a 40 anos.

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