Jerónimo de Sousa diz que não há remodelação que legitime o Governo

Líder comunista considera "urgente" a demissão do actual executivo de Passos Coelho e a convocação de eleições antecipadas.

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Jerónimo de Sousa Raquel Esperança

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou neste sábado que não há remodelações que possam disfarçar a falta de legitimidade do actual Governo, voltando a defender a demissão e a realização de eleições.

“Independentemente do que o Presidente da República [Cavaco Silva] vá dizer logo, não há outra saída [para o país] que não a demissão Governo, a dissolução da Assembleia [da República] e a marcação de eleições”, afirmou o líder comunista.

Esse é, para o secretário-geral do PCP, “o único rumo” possível para o país “em crise económica, política e institucional”, com “um Governo em fuga, ministros em deserção, a pedir a demissão e a reconhecer o falhanço desta política”.

E é, reforçou Jerónimo de Sousa, “uma decisão tão mais urgente quanto se encontra irremediavelmente comprometida a operação patrocinada pelo Presidente da República para salvar um Governo, uma maioria ilegítima, que age à margem da lei e contra a Constituição”.

Jerónimo de Sousa acusou Cavaco Silva de ter “tentado amarrar o PS” a uma negociação que visava “dar mais um ano de vida ao Governo, continuar o pacto de agressão até ao fim e aceitar as decisões da União Europeia”, mas também não poupou críticas aos socialistas.

“O PS pode vir com desculpas esfarrapadas, mas a verdade é que aceitou o quadro e os parâmetros que o Presidente lhe lançou”. De acordo com o secretário-geral do PCP, os socialistas não podem vir agora “dizer que foram enganados ou que foi armadilhado”, afirmou.

Convencido de que não poderá haver “salvação nacional assente neste Governo”, o líder da PCP sublinhou a importância das próximas eleições autárquicas e o reforço do voto na CDU, “para condicionar a política de direita” e inverter “este caminho para a desgraça”.

Jerónimo de Sousa falava em Peniche, onde participou num almoço com quase 300 militantes e simpatizantes do PCP.

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